O setor supermercadista tem mantido crescimento acima dos 3% previstos para 2019. De janeiro a outubro, os supermercados brasileiros acumulam alta real – deflacionada pelo IPCA/IBGE, de 3,48%, de acordo com o Índice Nacional de Vendas ABRAS divulgado nesta semana. Em outubro, as vendas registraram crescimento de 4,30% na comparação com o mês de setembro e alta de 5,78% em relação ao mesmo mês do ano de 2018.
“O consumo das famílias que seguiu lento desde o início do ano, devido às incertezas políticas e econômicas, ganhou um ritmo melhor de crescimento a partir do segundo semestre, principalmente pelo aumento do crédito à pessoa física, impulsionado pela liberação dos saques do FGTS e do PIS/Pasep, além da queda de juros e a recuperação gradual do mercado de trabalho, que impacta diretamente o setor supermercadista. Em outubro o Brasil gerou 70,8 mil vagas de empregos, de acordo com o Caged; foi o sétimo mês consecutivo em que as contratações superaram as demissões no país. No mês, também tivemos o Dia da Criança, que impulsiona a venda de doces e brinquedos, e segundo pesquisa da Boa Vista SCPC, a data registrou o melhor desempenho do ano no comércio em relação às demais comemorações (Dia das Mães, Dia dos Namorados e Dia dos Pais)”, ressalta o presidente da Associação Brasileira de Supermercados (ABRAS), João Sanzovo Neto.
Sanzovo destaca ainda que o acumulado de 3,48% até outubro já sinaliza que o fechamento de vendas do ano de 2019 deverá superar a projeção inicial do setor supermercadista. “Mesmo chegando ao terceiro mês consecutivo com resultados acima da nossa meta, optamos por não fazer uma nova revisão oficial. Mas estamos otimistas em relação ao encerramento do ano, que ainda se somará aos resultados da Black Friday e das compras de Natal e Réveillon. Espero estar errado em relação à nossa projeção inicial, e que os supermercados vendam ainda mais. Afinal, errar uma projeção de 3% por registrar números maiores será um presente para os supermercadistas”, declara o presidente da ABRAS.
Abrasmercado
O Abrasmercado, indicador que analisa os preços dos 35 produtos mais consumidos no autosserviço, registrou alta de 0,84% em outubro, passando de R$ 467,98 para R$ 471,92. No acumulado dos 12 meses (outubro 2018/outubro 2019), o valor da cesta cresceu 1,73%.
De acordo com a GfK, responsável pela apuração do Abrasmercado em parceria com a ABRAS, as maiores quedas nos preços foram registradas nos itens: cebola, -20,00%, batata, -4,66%, café torrado e moído, -1,84%, e água sanitária, -1,80%. Os produtos com maior variação positiva foram: sabão em pó, 17,68%, tomate 4,15%, carne dianteiro, 3,33%, e carne traseiro, 2,67%.
Regiões
No mês de outubro, a Região Norte foi a que apresentou maior alta no valor da cesta Abrasmercado, 2,80%, chegando a R$ 508,65. A maior variação negativa foi registrada na Região Nordeste, -0,35%, com o valor de R$ 414,09. Confira o histórico do indicador Abrasmercado:
*Abrasmercado não é a cesta básica, mas, sim, uma cesta composta por 35 produtos mais consumidos nos supermercados: alimentos, incluindo cerveja e refrigerante, higiene, beleza e limpeza doméstica.
Índice de Confiança
O otimismo dos empresários do autosserviço voltou a subir, de acordo com o Índice de Confiança do Supermercadista, elaborado pela ABRAS em parceria com a GfK. Em outubro, a pesquisa registrou 56,6 pontos (numa escala de 0 a 100), na última avaliação, divulgada em agosto, o índice estava em 55,6 pontos. Os resultados demonstram que a economia entrou num ritmo decrescimento mais consistente. Embora o número seja menor que o verificado em igual período de 2018, por causa das expectativas e incertezas geradas pelas eleições, o resultado de outubro é mais sustentável, de acordo com a Gfk.
Deixe o seu comentário