Seminário “Rumo à Agenda 2030: água e direito à cidade” debate segurança hídrica na Casa G20 

Evento realizado pela Cedae reuniu representantes da ONU, do Governo do Estado e sociedade civil

As ações necessárias para garantir a segurança hídrica da população, sobretudo diante das mudanças climáticas, foram os destaques nas falas dos especialistas reunidos pela Cedae no seminário “Rumo à Agenda 2030: água e direito à cidade, realizado pela Cedae, na quinta-feira (18/4), na Casa G20, em Ipanema. A abertura do evento teve as participações do presidente da Cedae, Aguinaldo Ballon; do secretário de Estado do Ambiente e Sustentabilidade, Bernardo Rossi; do secretário-executivo da Associação Brasileira das Empresas Estaduais de Saneamento (Aesbe), Sérgio Gonçalves; e da Oficial do Brasil e Cone-Sul da ONU-Habitat, Rayne Ferretti.

– Precisamos da consciência coletiva para enfrentar os desafios que o saneamento, o acesso à água, nos traz. As cidades podem estar mais preparadas para situações adversas que a mudança do clima tem trazido. Precisamos do engajamento da sociedade civil, comitês de bacias, poder público, poder privado, associações industriais e comerciais, do setor de educação, porque a gente começa a mudar a mentalidade e consciência das pessoas a partir da educação base, formando novos cidadãos, conscientizando as pessoas de que o recurso natural é escasso e precisa ser cuidado o tempo todo – disse o presidente da Cedae.

As medidas adotadas pelo Governo do Estado e pela Cedae em favor do meio ambiente foram amplamente discutidas durante o seminário, em que também foram abordados temas que fazem parte da pauta da reunião do G-20, grupo das 19 maiores economias do planeta, mais a União Europeia, que acontecerá no Rio de Janeiro no mês de novembro. 

Proteção dos mananciais

No primeiro painel, “Restauração florestal e produção de água potável: um caso de segurança hídrica”, participaram Marie Ikemoto, subsecretária de Mudanças do Clima e Conservação da Biodiversidade e responsável pelo projeto Florestas do Amanhã da Seas; Daniel Okumura, diretor de Saneamento e Grande Operação da Cedae; e Alan Abreu, engenheiro florestal da Cedae. A moderação foi do chefe de Tratamento e Controle de Qualidade da Estação de Tratamento de Água (ETA) Guandu, Robson Campos.

Marie e Alan destacaram as ações do governo e da Cedae para a recuperação da cobertura florestal do estado e sua importância para a proteção dos mananciais. A subsecretária disse que o governo trabalha para aumentar a proteção aos rios e nascentes, ampliando de 30% para 40% a cobertura florestal do Estado até 2030. Alan ressaltou a contribuição da Cedae, com os serviços de reflorestamento realizados pelo programa Replantando Vida e as ações do Programa de Restauração Florestal do Corredor Tinguá-Bocaina, que deve recuperar 30 mil hectares de Mata Atlântica. O diretor Daniel Okumura lembrou que as matas ciliares ajudam a mitigar a influência das atividades humanas sobre as bacias hidrográficas, o que traz impactos positivos para o tratamento de água e a segurança hídrica.

– A gente vem cada vez mais avançando o nosso monitoramento e controle de qualidade da água para as bacias hidrográficas que contribuem para nossos pontos de captação, porque entendemos que o tratamento tem que começar antes mesmo de a água chegar às estações. É a Cedae cada vez mais fazendo o dever de casa para garantir a segurança hídrica – afirmou Okumura.

O segundo painel discutiu as transformações de temperatura e clima no painel “Contra o relógio: enfrentando as mudanças climáticas”. Os integrantes foram Sérgio Besserman, presidente do Instituto Jardim Botânico do Rio de Janeiro; Leta Vieira, coordenadora de projetos ONU-Habitat; Bernardo Egas, idealizador do projeto Revolução das Bitucas; com moderação de Andrea Pulici, gerente de Monitoramento e Cultura ESG da Cedae.

Besserman alertou para a urgência da necessidade de políticas públicas e programas para reduzir o impacto das mudanças climáticas, dando exemplos de transformações em curso, como o aquecimento dos oceanos. Leta mostrou que os objetivos da Agenda 2030 da ONU vão ao encontro desta necessidade, unindo aspectos sociais, econômicos e ambientais para garantir a proteção ao meio ambiente e a melhoria da qualidade de vida das populações.

Controle de qualidade

O terceiro e último painel teve como tema “Diálogos entre saúde pública, acesso à água e direito à cidade”. Participaram Luciane Velasque, superintendente de Informação Estratégica em Vigilância e Saúde da Secretaria Estadual de Saúde; e Mychelle Alves Monteiro, representante da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), com moderação do executivo ESG da Cedae, Allan Borges. Luciane enfatizou o papel do monitoramento da qualidade realizado pela Cedae nos rios, antes da chegada de água às estações de tratamento. Já Mychele destacou o papel do laboratório de controle de qualidade da água da Cedae, o Libra, que, inclusive, no recente episódio do tolueno na bacia de captação do sistema Imunana-Laranjal – garantiu a segurança do abastecimento de água para a população.

– É importante destacar o papel do Libra, que é extremamente inovador, e já preocupado em fazer análises de substâncias não exigidas por lei. Vocês já estão se antecipando – disse a pesquisadora.

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