Investigação dos casos está em andamento e vai apontar se a mutação do vírus está em circulação no Estado
A Secretaria de Estado de Saúde (SES) realizou entrevista coletiva, nesta quarta-feira, para esclarecer o que se sabe, até o momento, das novas variantes do coronavírus identificadas por exames realizados pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) em pacientes atendidos no Estado do Rio de Janeiro. São cinco casos confirmados, sendo um com a variante oriunda do Reino Unido e os outros quatro, com a variante de Manaus.
O secretário de Estado de Saúde, Carlos Alberto Chaves, o secretário municipal de Saúde do Rio, Daniel Soranz, e a equipe da Subsecretaria de Vigilância em Saúde da SES esclareceram que a chegada dessas mutações do vírus ao estado já era esperada e as investigações epidemiológicas dos cinco casos estão em andamento. Após a conclusão desse estudo, será possível afirmar se essas variantes estão ou não em circulação no Rio de Janeiro.
– Fomos surpreendidos, na tarde desta terça-feira, com a informação na imprensa. O ideal é que uma nota técnica tivesse sido elaborada, envolvendo os três entes federativos, para o melhor esclarecimento a todos, e o repasse de informações precisas sobre a investigação epidemiológica destes casos. Contudo, o que importa é que a SES está trabalhando, de forma ética e técnica, e mantendo contato direto com os 92 municípios para intensificar as medidas preventivas e de rastreio de contágio. E reforço que a população deve manter os cuidados recomendados, como o uso de máscara e álcool 70, assim como o distanciamento social – afirmou o secretário de Estado de Saúde, Carlos Alberto Chaves.
Até o momento, foram identificadas no estado do Rio de Janeiro duas variantes: a VOC 202012/01, linhagem B.1.1.7, notificada pelas autoridades do Reino Unido à Organização Mundial da Saúde; e a Variante P.1, linhagem B.1.1.28, considerada um tipo de mutação brasileira. Mundialmente, há outra variante em investigação, sem casos confirmados no estado.
– A chegada de variantes da Covid-19 já era esperada, inclusive, uma Nota Técnica sobre o tema já havia sido enviada aos municípios, no início do mês, com recomendações. O que precisa ser destacado é que não se pode ainda afirmar que os casos são autóctones (contraídos no próprio município) ou importados. Sendo assim, a identificação dessas mutações não pode ser associada com a transferência de pacientes de outros estados – esclareceu o superintendente de Vigilância Epidemiológica da Secretaria de Saúde, Mário Sérgio Ribeiro.
Estudos apontam que, neste momento, não há evidência científica de que as novas cepas identificadas no estado do Rio de Janeiro provoquem casos mais graves de Covid-19. No entanto, já se sabe que essas variantes se disseminam com maior facilidade.
– A avaliação de cada um dos casos de forma específica, abrangendo histórico de viagem e outras informações, vai possibilitar definir se temos a efetiva circulação do vírus no estado ou se são casos isolados. A partir disso, poderemos avaliar a adequação das ações, caso haja necessidade. A princípio, a mutação que deu origem à nova linhagem não interfere na eficácia das vacinas que estão sendo aplicadas na população, o que está sendo monitorado pelos fabricantes – pontuou o médico da Subsecretaria de Vigilância em Saúde (SVS) Alexandre Chieppe.
Em paralelo, o estado do Rio de Janeiro já participa de um programa de monitoramento de variantes da Covid-19, organizado pelo Ministério da Saúde. Há quatro semanas, tem sido feito o envio de amostras para análise – das 12 enviadas até o momento para o laboratório contratado em Minas Gerais, ainda não há resultados.
– Também está em andamento o sequenciamento genético das amostras colhidas nos 58 pacientes oriundos do Amazonas e dos cinco vindos de Rondônia com Covid-19. Estamos atuando para que seja dada a esses pacientes a melhor assistência, minimizando riscos aos profissionais da saúde e à população fluminense – disse a subsecretária de Vigilância em Saúde da SES, Cláudia Mello.
Vacinação – Questionados sobre a campanha de vacinação, os secretários Carlos Alberto Chaves e Daniel Soranz confirmaram que as vacinas disponíveis para a segunda dose estão reservadas para serem utilizadas no tempo oportuno, completando o calendário vacinal das pessoas que já receberam a primeira dose do imunizante. Na sexta-feira (19.02), esses lotes começam a ser enviados aos 92 municípios do estado.
Não há notificação oficial do Ministério da Saúde quanto ao envio de nova remessa de vacinas para o Rio de Janeiro.
Deixe o seu comentário