Por Charles Lopes
Vivemos um momento de muito medo. Mas o que é medo? Medo é um sentimento de insegurança em relação a uma pessoa, uma situação ou um objeto. Medo é algo pessoal. Aqui encontramos uma dicotomia – como um sentimento que tem a função de preservar a vida pode causar doenças físicas e emocionais? Os excessos são perigosos, pois além de afetar o sistema imunológico, podemos estar muito próximos de uma outra pandemia: a pandemia do medo.
Psicologicamente, num primeiro momento ficamos assustados, mas quando vai se agravando, quando entra em nossas casas por todos os meios de comunicação, ficamos acuados. A morte começa a ser o fator preponderante. Ela está próxima de nós e de nossos familiares, assim como a pergunta chave de muitos: como vou sobreviver se perder meu emprego? Como vou sobreviver, se não terei dinheiro? Aqui temos um sinal de atenção redobrado, pois podem surgir as enfermidades emocionais ou detonar em nosso cérebro algo com o qual nunca tivemos contato.
Sentimento de solidão, de isolamento e a angústia gerada pelos dias que passam para muitos, sem um propósito definido, sem um objetivo e sempre com a certeza clara de que tudo está incerto. Nossa mente se pergunta: Haverá um fim destas incertezas?
O que seria ideal para pensarmos de forma positiva?
Nossa casa é nossa proteção. Nossa família é o nosso mundo. O privilégio é ter redes sociais e poder conversar com o mundo de forma a amenizar nossa solidão. Saber o que está acontecendo é fundamental, mas focar na tragédia é criar nossa tragédia interior.
Temos que buscar o entendimento de que o mundo mudou. De que o mundo não retornará de onde parou. As pessoas, os serviços e tudo o mais está sendo transformado e teremos que aproveitar a quarentena para nos prepararmos para uma vida totalmente diferente.
Dentro do exposto, nossa maior preocupação conosco, com os nossos e todos os que nos cercam deve ser a de não transformar o medo em algo crônico, pois entramos no mundo emocional. Nossa ansiedade aumenta, nosso estresse com tudo e com todos, torna-se uma arma perigosa. Com isto provavelmente teremos mais pessoas emocionalmente comprometidas do que as que foram contaminadas pelo vírus. Passada a pandemia, as sequelas podem ser permanentes.
Por outro lado, tudo isso me faz lembrar de um mal oculto e que não podemos deixar de lado, a negação. Não podemos fingir que nada está acontecendo. Este já pode ser um dos maiores sinais de que a saúde emocional não está bem.
Estamos paralisados. Não queremos dividir as angústias e aos poucos destruímos nossa mente. Precisamos falar. Precisamos dividir com os outros e mesmo nestes tempos, as comunicações via celular e as imagens dos que amamos são grandes alívios nas emoções contidas. Aprenda que falar dos problemas é muito mais saudável do que guardá-los.
Algumas dicas muito importantes: não fique só, procure amigos e familiares nas redes sociais, no telefone ou em vídeos ao vivo. Expresse suas emoções e não as deixe só para você. Fuja das notícias falsas. Pesquisar também é uma forma de estar bem informado. Ler é muito bom. Fazer exercícios para o corpo ajuda a mente a relaxar e lembre-se de que o que nos fazia mal, continua fazendo. Comer, beber e fumar excessivamente continua prejudicando nosso organismo.
Busque sempre uma razão para viver, com amor e bom humor.
Deixe o seu comentário