Psicóloga Ana Gabriela Andriani afirma que Autoaprovação e a busca por Sucesso Pessoal e Profissional são alguns fatores que contribuem indiretamente para uma vida excessivamente estressante
O estresse atinge 90% da população mundial, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS). Essa condição pode estar relacionada à vida cotidiana, ambiente de trabalho, responsabilidades familiares e até mesmo mortes e situações traumáticas. Entretanto, existem casos de pessoas que optam por ter uma vida excessivamente estressante, por razões muitas das vezes pessoais, levando a seguinte questão: qual o motivo leva o indivíduo a escolher seguir uma vida de muito estresse, mesmo que de forma involuntária?
O primeiro ponto a levar em consideração é que quando uma pessoa possui uma rotina atribulada tem por consequência o afastamento de si mesma, não conseguindo ter acesso os seus sentimentos, frustrações, sofrimentos e angústias, por exemplo. De certa forma, isso está ligado ao seu sistema de defesa, afastando-a desse sofrimento, de forma a “aparentar” que está tudo bem.
Outro ponto a ser considerado é nasce um sentimento de importância toda vez que está ocupado, ou seja, a pessoa sente que está exercendo uma função de relevância para algo ou alguém, se colocando em um espaço de destaque para as pessoas ao redor. Então, indivíduos lotam suas vidas de atividades, se cobram muito e buscam o perfeccionismo, como objetivo de se sentirem seguras em relação ao que têm a oferecer para o seu trabalho, família e a todos com que convivem no dia a dia.
“Muitas vezes essa pessoa que opta viver uma vida estressante, construiu uma idealização sobre si mesmo. Por exemplo: um lugar que deseja chegar, o desejo de ser uma pessoa importante e de sucesso e, nesse sentido, o trabalho excessivo ou aglomerar atividades faz com que ela chegue nesse ideal e lugar no qual ela sonhou”, ressalta a psicóloga Ana Gabriela Andriani.
O estresse pode gerar diversos problemas no corpo, desde dor de cabeça até ataques de pânicos, aumentando a importância de levar em consideração ter uma vida mais calma. Viver uma rotina de estresse no ambiente de trabalho pode desencadear diversas doenças, entre elas a Síndrome de Burnout, que significa o esgotamento físico, exaustão extrema e estresse ocasionado em ambientes que demandem muita responsabilidade e competitividade. Esse distúrbio coloca o Brasil como o segundo país com mais pessoas afetadas, segundo a International Stress Management Association (Isma).
“Existem diversas formas de aliviar o estresse, como ter uma alimentação saudável, práticas de exercícios físicos, organização da agenda, se possível diminuir ou dividir os números de tarefas a serem realizadas, mudanças de hábitos no espaço profissional e entre outros. Se no caso, for analisado que muitas tentativas foram feitas para ocorrer a diminuição e não obteve sucesso, o recomendando é a procura de um especialista, pois o estresse pode apresentar outras origens”, finaliza Ana Gabriela Andriani.
Sobre Ana Gabriela Andriani – CRP 06/58907
É psicóloga formada pela PUC- SP, Mestre e Doutora pela Unicamp, especialista em terapia de casal e família pela Northwestern University – EUA, especialista em Psicoterapia Breve pelo Instituto de Psiquiatria da Faculdade de Medicina da USP, e membro Filiado da Sociedade Brasileira de Psicanálise.
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