Criar uma plataforma única digital que reúna ofertas de capacitação e vagas de emprego no estado. A proposta foi apresentada pelo Fórum de Desenvolvimento durante o encontro que consolidou as sugestões, ideias e projetos na construção de uma agenda conjunta de ações para enfrentar a crise do emprego no estado e lotou o auditório Senador Nelson Carneiro, no prédio anexo ao Palácio Tiradentes. A reunião foi realizada para fazer um diagnóstico sobre os desafios do emprego no Rio de Janeiro após a realização de quatro seminários no Plenário da Assembleia, em parceria com a Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, Emprego e Relações Internacionais, e de um encontro com representantes de 40 entidades na Casa Firjan. O próximo passo será fazer um pacto em prol do crescimento econômico fluminense reunindo universidades, representantes do Sistema S, Legislativo, Executivo e da iniciativa privada.
Segundo o secretário de estado de Desenvolvimento Econômico, Emprego e Relações Internacionais, Lucas Tristão, o poder público não cria empregos, mas tem a missão de ouvir a população para descobrir os gargalos na criação de soluções e os meios de atrair investimentos, buscando novas indústrias para o estado. “Estamos empenhados em resolver as demandas do setor produtivo, promovendo a geração de emprego e renda para a redução das desigualdades sociais e erradicação da pobreza no estado. Temos a missão de criar arranjos produtivos locais para atração de investimentos, com a segurança jurídica necessária e, para isso, contamos com a parceria do Fórum e do Legislativo Estadual junto ao poder executivo”, explicou Tristão. Apesar do estado ter perdido mais três mil postos de trabalho no último mês, o secretário se mostrou otimista com as rodadas dos leilões na área de petróleo e gás e divulgou que apenas com o descomissionamento de plataformas deverão surgir cerca de 50 mil novos postos de trabalho.
A proposta de criar uma plataforma digital para reunir as ofertas de capacitação e vagas de emprego surgiu depois da realização de um workshop na Casa Firjan que mobilizou representantes de 40 instituições no prosseguimento da série de encontros na Assembleia. A imersão de um dia para traçar as visões compartilhadas detectou entre os problemas mais latentes para o encaminhamento das ações, a falta de alinhamento, formação de rede, sinergia, e integração, além da desarticulação das iniciativas num contexto de dificuldade de acesso à informação sobre as políticas, programas e ações de fomento.
“A gente resolveu agir juntando as forças das instituições que compõem o Fórum com o Executivo para pensar num projeto que possa ser entregue à população. A plataforma será um espaço que a gente vai poder reunir todas as vagas de capacitação que as instituições oferecem, além das vagas de empregos existentes direcionadas pelas empresas”, explicou a secretária-geral do Fórum de Desenvolvimento do Rio Geiza Rocha, que reunirá no dia 24 de setembro o grupo de trabalho com os técnicos indicados pelas entidades para começar a desenhar a plataforma. “A gente vai trabalhar focado na formatação, planejamento e construção da ferramenta com a consolidação das informações que hoje estão distribuídas e precisam ser reunidas em um único espaço”, disse.
Além da criação da plataforma única também foi sugerida a organização de um observatório do trabalho visando a centralização de pesquisas existentes sobre o mercado de trabalho no Rio de Janeiro, qualificação do mercado e estudos que identifiquem as oportunidades de atração de investimentos. “Vamos trazer os institutos de pesquisas e somar com as informações da PNAD, CAGED para aprofundar cada vez mais nosso conhecimento de cada setor e cada região. Sem essas informações a gente não consegue fazer um planejamento adequado em relação à vinda da iniciativa privada, a geração de emprego e a necessidade de qualificação. A criação do observatório irá nos proporcionar as informações estratégicas que hoje estão desarticuladas”, afirmou a subsecretária de Emprego e Renda, Ana Asti.
Segundo ela, o déficit de emprego pode ser vencido por meio de setores estratégicos como óleo e gás, marítimo e o cluster automotivo. “Precisamos também trazer de volta a mão de obra qualificada que acabou sendo exportada para fora do estado. Ainda temos as melhores instituições de pesquisas e ensino e junto com o parlamento estadual, o governo e a iniciativa privada, vamos fazer esse pacto para que o Rio volte a crescer. Será um esforço em conjunto, em que cada um dá um pouco da sua agenda para atrair novamente as empresas com investimentos importantes que precisam ser feitos e que no fim vão gerar novos empregos e riqueza” concluiu a subsecretária.
Para o deputado Samuel Malafaia (DEM), que presidiu o evento, o encontro desta quarta mostrou que o legislativo precisa fazer parte dessa agenda. “Acho esse fórum muito importante no sentido de arrumar as ideias e colocar responsabilidade no parlamento ao ver que a sociedade está participando com interesse e seriedade de projetos para o desenvolvimento do estado”.
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