Porque o comprovante da vacina tem que ser um dever e não uma opção

Foto: Pixabay

Ex-coordenador de hospital de campanha defende o controle dos imunizados em locais fechados

Em vários locais do mundo vem sendo implementados documentos que comprovam a imunização completa, com o objetivo de controlar o acesso principalmente a locais fechados como restaurantes, teatros, bares, museus, academias, entre outros.

A medida ainda é vista como restritiva por algumas pessoas, que afirmam que a obrigatoriedade restringe o direito de ir e vir, porém o intuito não é proibir as pessoas de se movimentarem, mas sim incentivar a imunização e a proteção e cuidado com o próximo.

O Dr Malek Imad, médico especialista em gestão de saúde explica “A pessoa que transita por espaços fechados sem as duas doses da vacina não é só um risco para ela mesma, mas também para toda a comunidade a sua volta” e continua “Já a pessoa completamente imunizada tem uma carga viral reduzida, ou seja, a transmissão da doença tem menos chances de acontecer.”

Segundo um estudo realizado no Reino Unido pela Agência de Saúde Pública Nacional (PHE), com o imunizante da AstraZeneca, a propagação do vírus é cortada em 40% após as duas doses, baseado nas 300.000 famílias que participaram da pesquisa. Segundo o mesmo estudo, a maioria das vacinas deve ter em média a mesma redução de contaminação.

 “Devemos encarar a vacinação e o ‘passe’ como um semáforo. Somos obrigados a frear no sinal vermelho porque coloco a minha vida e a vida do outro em risco caso não pare, essa é a regra” defende Imad.

Para Nova York, por exemplo, um dos primeiros locais a aderir ao comprovante da vacina após a iniciativa inicial do governo francês, essa é a única maneira de assegurar uma maior quantidade de vacinados e se prevenir quanto as possíveis variantes do vírus, principalmente em lugares com alta densidade de turistas.

De qualquer maneira, ele acredita que será impossível ‘fugir’ da vacina, já que muitos países da União Europeia, Japão, Israel e Coréia do Sul já pedem o comprovante da vacinação completa para receberem viajantes estrangeiros.

“Acredito que o ‘passaporte da vacina’ seja um reflexo de como essa doença se comporta e como nós nos agimos em relação a ela. Ela nos envolve como comunidade e em retorno devemos parar de olhar para o individual e entendermos que cada vacina conta para todos nós”.

Usar máscara, tomar a vacina não deveriam ser uma questão de escolha, porque uma atitude individual não deveria prejudicar e nem colocar em risco uma coletividade.

Sobre o especialista:

Dr. Malek Imad – CRM 175080:

Médico especialista de Gestão em Saúde, com pós-graduação em Medicina de Urgência e Emergência. Durante a pandemia administrou o hospital de campanha de Ribeirão Pires/SP. Criador de um dos primeiros ambulatórios de atendimento Pós-Covid 19 do estado de São Paulo.

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