Estudo destaca que estado encerrou o ano com nível da atividade econômica levemente superior ao período pré-pandemia. Para 2022, previsão também é de crescimento, apesar das incertezas relacionadas à guerra na Ucrânia e ao cenário fiscal
O Produto Interno Bruto (PIB) do estado do Rio de Janeiro, estimado pela Firjan, cresceu 4,1% em 2021, apesar de recuo de 0,2% na passagem do terceiro para o quarto trimestre. Com o resultado positivo do ano, o nível da atividade econômica fluminense está 0,1% acima do período pré-pandemia. “Apesar das incertezas relacionadas à guerra na Ucrânia e ao cenário fiscal, a nossa previsão também é de crescimento em 2022, principalmente por conta das expectativas relacionadas a investimentos na cadeia da construção civil. Porém, a taxa de crescimento vai depender da duração do conflito no Leste Europeu e da situação macro fiscal nacional”, explica o presidente em exercício da Firjan, Luiz Césio Caetano.
Entre os setores, a indústria da construção civil já se destacou em 2021, com aumento de 6,7% no seu PIB. Esse avanço foi acompanhado pelo bom desempenho do mercado de trabalho no setor, que fechou 2021 com saldo positivo de 14,2 mil novas vagas de emprego. O grande volume de recursos arrecadados com a concessão da Companhia Estadual de Águas e Esgotos do Rio de Janeiro (Cedae) está viabilizando investimentos em infraestrutura e já fomenta a cadeia da construção civil.
A indústria de transformação também se destacou, apresentando forte retomada na produção e recuperando o nível de 2019. O setor cresceu 6,2% em 2021, mesmo diante de um cenário adverso, marcado pela falta de insumos. O estudo ressalta o desempenho positivo do segmento automotivo, impulsionado pelo aumento das exportações de veículos, e dos segmentos da metalurgia e de fabricação de produtos farmacêuticos.
Já a indústria extrativa, que tem o maior peso na indústria fluminense, registrou forte desaceleração na produção de óleo e gás no ano passado. Depois de ser o único setor a ter desempenho positivo em 2020, quando teve início a pandemia de Covid-19, o nível de produção se estabilizou em 2021 (0,3%).
O setor de serviços encerrou o ano com taxa positiva (+4,4%) e se aproximou do nível pré-pandemia – apenas 0,2% abaixo de 2019. Dada a sua maior dependência de atividades presenciais, em 2020 o setor havia sido fortemente impactado pelas medidas restritivas relacionadas à pandemia. O avanço da vacinação e a recuperação da mobilidade urbana contribuíram para a recuperação, que ocorre na esteira de um desempenho mais favorável do mercado de trabalho fluminense.
Para 2022, apesar de conjuntura mais adversa diante das incertezas relacionadas à guerra na Ucrânia e ao cenário fiscal, a Firjan mantém a previsão de crescimento de 2% da economia fluminense. A expectativa positiva se deve, sobretudo, aos importantes investimentos realizados pelo estado com recursos da concessão da Cedae. A federação também sinaliza a perspectiva de aumento do preço do petróleo no mercado internacional, que tem efeitos diretos na economia fluminense, principalmente para o aumento das receitas de royalties, que podem ampliar os investimentos públicos no estado já em 2022. No entanto, a duração do conflito no Leste Europeu e a deterioração do cenário fiscal podem resultar em crescimento de apenas 0,5%.
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