Região da Costa Verde, primeiro sítio misto do Brasil, é reconhecida pela cultura e natureza
O Estado do Rio de Janeiro tem, a partir de agora, mais um motivo para se orgulhar: Paraty e Ilha Grande, na Costa Verde Fluminense, foram reconhecidas pela Unesco, como Patrimônio Mundial Cultural e Natural. Este é o primeiro sítio misto (local que reúne cultura e biodioversidade) brasileiro a ser reconhecido. Nestes territórios, há unidades de conservação de administração do Governo do Estado, por meio do Instituto Estadual do Ambiente (Inea), da Secretaria de Estado do Ambiente e Sustentabilidade (Seas). A região também é conhecida por atrair turistas de todo o estado e do país.
– Este título é o reconhecimento internacional da força, da cultura e da biodiversidade dessas cidades, que são duas joias do nosso Rio de Janeiro. Temos a responsabilidade de preservar tamanha riqueza. Ser o primeiro estado a ter um sítio misto reconhecido como Patrimônio Mundial Cultural e Natural da Unesco é também mais uma oportunidade de divulgar o Rio de Janeiro no exterior, mostrando que as regiões de Paraty e Ilha Grande reúnem características únicas no mundo – comemorou o governador Wilson Witzel.
O anúncio foi feito em Baku, no Azerbaijão, pelo Comitê da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco), que avaliou 28 pedidos de sítios mundiais, sendo dois mistos. A partir de agora, são 22 bens brasileiros na lista de sítios de excepcional valor universal.
– É algo que realmente nos orgulha muito. Agora, temos que pensar em preservar, enaltecer, trazer turistas e o mundo para desfrutar desse encanto, que é Paraty e Ilha Grande, agora reconhecidas por esta instituição – ressaltou o secretário de Estado de Turismo, Otavio Leite.
Paisagens exuberantes e biodiversidade
A proposta reconheceu a paisagem exuberante dos territórios da Costa Verde, desde o nível do mar até as vegetações de altitude, com mais de 2 mil metros, assim como a biodiversidade da região, preservada no Parque Estadual da Ilha Grande, na Reserva Biológica Estadual da Praia do Sul e na Reserva de Desenvolvimento Sustentável Estadual do Aventureiro, além da Reserva Ecológica Estadual da Juatinga.
– Esse reconhecimento só foi possível graças ao trabalho da Secretaria do Ambiente, por meio do Inea, na administração das unidades de conservação, que abrigam as riquezas da biodiversidade da Mata Atlântica do nosso estado. As belezas naturais destas unidades devem ser conhecidas mundialmente como um patrimônio de todos, que deve ser preservado – destacou a secretária de Estado do Ambiente e Sustentabilidade, Ana Lúcia Santoro.
A candidatura envolveu o Ministério do Meio Ambiente (MMA) e o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), o Inea, em conjunto com o Ministério da Cultura, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e o Instituto Estadual do Patrimônio Cultural – Inepac, além das prefeituras de Angra dos Reis e de Paraty.
Patrimônio Cultural e Natural
Paraty e Ilha Grande agregam presença humana com o ambiente natural por um longo período de tempo. Ali, testemunhos culturais incluem o centro histórico e a fortificação que deu origem à ocupação do núcleo urbano de Paraty, ainda bem preservados, uma variedade de sítios arqueológicos, uma porção do antigo Caminho do Ouro, e comunidades vivas que mantêm sua relação ancestral com a paisagem, todas formando um sistema cultural com uma relação próxima ao meio ambiente. Para os avaliadores do Icomos, órgão assessor da Unesco, o lugar “tem a capacidade de demonstrar um exemplo excepcional de uso da terra e do mar e interação humana com o meio ambiente”.
Com cerca de 85% da cobertura vegetal nativa bem conservada, a área do sítio misto forma o segundo maior remanescente florestal do bioma Mata Atlântica. Além da sua extensão, as diferentes fisionomias vegetais permitem a ocorrência de uma fauna e flora incomparáveis, com diversas espécies raras e endêmicas.
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