A paisagista Elaine Caparroz diz estar traumatizada e espera que a justiça seja feita contra o lutador Vinicius Serra
Mesmo depois de pouco mais de dez dias após o espancamento provocado pelo lutador de jiu-jitsu Vinícius Batista Serra, 27 anos, em seu apartamento na Barra da Tijuca, a paisagista Elaine Perez Caparroz, 55 anos, ainda tem em seu corpo as marcas da violência. Com deslocamento de retina, 60 pontos na boca, um dente quebrado, manchas provocadas por mordidas nos braços e hematomas nas pernas, ela afirmou que acredita ter sido dopada pelo agressor.
Elaine conta que tomava vinho com o agressor na sala do apartamento, na Barra da Tijuca, quando começou a ficar tonta. Foi o primeiro encontro, depois de oito meses conversando apenas pela internet. “Em determinado momento da conversa, comecei a perder os sentidos. Era como se eu estivesse num plano real do nosso encontro, e esse plano real tivesse se transformado em sonho. De repente, mudou a dimensão da realidade para mim. Perdi a noção, era como se estivesse delirando”.
Segundo a paisagista, a partir deste momento, a situação saiu de controle. Ela afirma não se lembrar de como foi levada até o quarto, onde acordou sendo espancada por Vinícius. “Ainda me lembro dele já no quarto, sem camisa, com o braço aberto dizendo para eu deitar no braço dele para dormirmos juntos. Eu disse “ok” e perdi os sentidos. Quando acordei, já no quarto, estava sendo esmurrada por ele. Acho, com 99,9% de certeza, que fui dopada por ele. Eu não tinha bebido tanto assim para acontecer isso”.
Elaine conta que o agressor insistiu para que o encontro ocorresse em sua residência, depois de descobrir que ela morava sozinha em seu apartamento. Anteriormente, chegaram a marcar alguns encontros em outros locais, mas todos acabaram sendo cancelados. “Chegamos a marcar em outros lugares e até de ir à praia juntos, mas cancelamos. Ele insistiu muito para vir. Disse para ele que não recebia homem no apartamento, mas, depois de oito meses de conversa no Instagram, ele ganhou a minha confiança, e eu acabei caindo nessa”.
Quanto ao fato de Vinícius ter anunciado um nome falso na portaria de seu prédio, Elaine acredita que o lutador a confundiu se aproximando com alguma má intenção, mesmo que ainda não saiba o verdadeiro motivo para tanta brutalidade.
Para a Polícia Civil, a atitude de Vinícius ao dar nome falso na portaria do prédio é um indício de que o agressor havia premeditado o crime. Ele foi preso por tentativa de feminicídio e transferido na última quarta-feira (20) para um hospital psiquiátrico do sistema penal, onde realiza exames de sanidade mental.
Elaine diz que durante o encontro trocaram beijos, mas que não houve relação sexual. “Não quero ter que vê-lo novamente. Neste período em que fiquei internada, tive pesadelos com ele, e, por mais de uma vez, acordei gritando. Vou até o fim nessa história. Quero justiça por mim e por todas as mulheres que sofrem agressões”.
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