O desafio de promover festa de final de ano da empresa na pandemia

Foto: JaymzArt - Pixabay

Pesquisa aponta que 48% dos profissionais preferem que não sejam realizadas festas, mas 44% responderam que esperam por festas adaptadas à nova realidade

A certeza inquestionável é que o mundo corporativo precisou ser reinventado para responder às limitações impostas pela pandemia do novo coronavírus. Mas como serão as tradicionais e polêmicas festas das empresas? Segundo levantamento realizado pela empresa de recrutamento especializado Robert Half no LinkedIn com 1,6 mil pessoas, 48% delas preferem que não sejam realizadas festas, porque não estão no clima para celebrações. Entretanto, 44% responderam que esperam por confraternizações adaptadas à nova realidade.

Para o gestor de carreiras e professor universitário, Ricardo Machado, em um ano tão atípico, o clima festivo de final de ano ficou sem o brilho tradicional. Mas ele observa o outro xis da questão. “Por outro lado, as pessoas estão buscando formas de pensar e agir positivamente diante de um cenário ainda incerto, mesmo com os primeiros anúncios das tão esperadas vacinas para a humanidade tentar controlar a pandemia”, destaca.

Como fica todo o esforço dos profissionais que tiveram que sair da zona de conforto da noite para o dia, encarar o home office e tantas outras dificuldades? Ricardo Machado conta que parte dos dirigentes e os recursos humanos das organizações estão atentos a essa questão.

“Mesmo diante de um cenário de moral baixa, com noticiários diários que nos fazem reforçar o momento difícil que o mundo está vivendo, os responsáveis por gerir e motivar pessoas dentro das empresas, parecem entender que é importante manter a tradição da confraternização, claro, com os devidos cuidados”, frisa Machado.

O gestor Machado diz que quando a escolha for pelo evento presencial, com as devidas medidas de distanciamento, é prudente estar atento aos cuidados tradicionais como não beber acima dos seus limites. “Os profissionais devem ter bom senso. Se você não está acostumado a beber, não vai começar justamente na festa de final de ano, correto? Cuidado também com os assuntos fora do contexto de uma festa de final de ano. Não é hora, por exemplo, de se aproximar do ‘chefe’ para tentar uma promoção. Parece louco, mas acontece”, dispara.

Machado afirma que além de tudo isso, as novas regras de etiqueta com o momento de pandemia estão no foco. “Distanciamento social, uso de máscaras e álcool em gel são fundamentais. Afinal, você não vai deixar de mostrar para os colegas que não está seguindo as chamadas ‘regras de ouro’ dos cuidados na pandemia, não é verdade?”, questiona.

Porém, a tendência para a ocasião é apostar na criatividade. Empresas estão pensando em contemplar e valorizar todo o esforço dos seus profissionais. Nessa sintonia, surgem os modelos: festa virtual, drive-in, talk show com o gestor e seu ídolo. De acordo com o gestor Machado, a grande estrela deste ano, são as atividades no mundo virtual. “O mesmo mundo on-line que abriu espaço para o crescimento das atividades home office é o mesmo que poderá permitir os eventos de confraternização a distância”, aposta.

Segundo Machado, grandes corporações estão contratando artistas para shows exclusivos. “Empresas menores estão usando a criatividade para manter a tradição do amigo oculto. Enfim, parece que, na medida do possível, parte das organizações vão recorrer aos meios tecnológicos para manter a tradição mesmo em um ano tão difícil para todos”, analisa.

Seja qual for a modalidade de confraternização escolhida pela empresa é importante ter bom senso. “Se for um evento presencial, siga corretamente os cuidados com as regras de segurança já tão destacadas na pandemia. Mas, caso seja o evento on-line, o profissional não deve esquecer da prudência. Se for permitida e até sugerida a postagem de fotos e comentários, antes, durante ou depois do evento, a minha sugestão é simples: antes de postar avalie se realmente o conteúdo não vai ser uma bola fora”, finaliza Machado.

Ricardo Machado

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