Nutricionista fala sobre mitos mais comuns e novas orientações de introdução alimentar para bebês

Fernanda Soares - Nutricionista materno infantil

A introdução alimentar é uma fase crucial no desenvolvimento das crianças, sendo um momento de muitas dúvidas e receios para os cuidadores. Com a evolução das pesquisas e das recomendações nutricionais, é natural que diversas novas recomendações surjam, além de mitos e verdades sobre o tema.

O Jornal do Estado do Rio procurou a nutricionista materno infantil Fernanda Soares para esclarecer alguns pontos importantes e entender o que mudou sobre introdução alimentar para bebês.

Mito 1: A introdução alimentar deve começar aos 4 meses

Atualmente, a recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS) e do Ministério da Saúde é que a introdução alimentar se inicie aos 6 meses de vida, mas devemos observar os sinais de prontidão, quando o bebê já possui maturidade gastrointestinal e neurológica para aceitar novos alimentos.

Mito 2: É necessário introduzir os alimentos em uma ordem específica

Não existe uma ordem rígida para a introdução dos alimentos. O importante é oferecer uma variedade de frutas, legumes, cereais, proteínas e leguminosas, respeitando a consistência adequada para a idade do bebê e observando possíveis reações alérgicas.

Mito 3: O bebê deve comer apenas papinhas

O bebê precisa ser estimulado a diversas texturas e consistências. Embora as papinhas sejam comuns, o método Baby-Led Weaning (BLW), o qual o bebê é incentivado a pegar e comer alimentos em pedaços, é bem interessante. Este método promove a autonomia do bebê e pode contribuir para o desenvolvimento motor e da mastigação.

Mito 4: Evitar alimentos potencialmente alergênicos até o primeiro ano de vida

As novas diretrizes sugerem que a introdução precoce de alimentos potencialmente alergênicos, como ovos, peixe, camarão, macarrão, amendoim, entre outros, pode ajudar a prevenir alergias alimentares. É importante, porém, introduzi-los um de cada vez e observar possíveis reações.

Mito 5: O bebê deve comer grandes quantidades

A quantidade de alimento que um bebê come pode variar muito. O mais importante é a qualidade dos alimentos oferecidos, respeitando a fome e a saciedade do bebê, sem forçá-lo a comer. Você sabia que já nascemos com uma auto regulação? O nosso corpo já nasce sabendo exatamente o quanto devemos comer! 

Mito 6: Bebês não podem consumir alimentos da dieta familiar

Desde que os alimentos sejam saudáveis e adequados em termos de textura e tempero, os bebês podem, sim, consumir alimentos da dieta familiar. Isso facilita a adaptação ao paladar da família e torna as refeições mais práticas e agradáveis para todos. Lembrando que possuímos duas recomendações vigentes sobre o sal. Segundo o Guia Alimentar da População Brasileira, o sal pode ser ofertado em quantidades mínimas. Segundo a Sociedade Brasileira de Pediatria, o sal deve ser ofertado após 01 ano de idade.

A introdução alimentar é um momento de descoberta e aprendizado tanto para os bebês quanto para os cuidadores. Com as informações corretas e uma abordagem tranquila, é possível proporcionar uma alimentação saudável e prazerosa, estabelecendo uma base sólida para bons hábitos alimentares no futuro.

Fernanda Soares é nutricionista materno infantil. Localizada no Rio de Janeiro, a profissional é pós graduada e nutre com amor, acolhimento e diversão. Atendimento para gestantes, bebês e crianças. Atendimentos no RJ, Niterói e on-line.

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