Luta e resistência será tema de roda de conversa pelo Dia Internacional da Mulher em Maricá

Um time poderoso de ativistas femininas de Maricá foi convocado para dar voz às mulheres do município em uma roda de conversa que acontecerá neste sábado (07/03), a partir das 16h, na Praça Tiradentes em Araçatiba, Maricá. Sob o tema “Mulheres: História de Lutas e de Resistência”, a atividade faz parte da programação do primeiro dia de eventos destinados a celebração pelo Dia Internacional da Mulher, comemorado no dia 8 de março.

Iniciativa da Prefeitura de Maricá, por meio das secretarias de Participação Popular, Direitos Humanos e Mulher e de Cultura, a roda de conversa contará com representantes dos principais movimentos sociais de Maricá, entre eles, o coletivo FemNegras, Movimento Democrático Afrobrasileiro pela Igualdade e Equidade Racial Nacional (Movidade), União de Negros pela Igualdade (Unegro), União Brasileira de Mulheres (UBM), UJS, Movimento Popular da Juventude em Disparada (MPJ) e o Movimento Negro Unificado (MNU), que prometem levantar questões a respeito  do feminicídio, papel da mulher na sociedade, ocupação de espaços, organização, luta e muitos outros.

“Atualmente a jovem mulher maricaense tem tido cada vez mais oportunidades, através de políticas sociais promovidas pela prefeitura, de ocupar os espaços que ela quiser. Aqui em Maricá temos percebido o aumento de meninas nas escolas, nas universidades, no mercado de trabalho e nós do MPJ temos o compromisso e a responsabilidade em organizar, discutir, debater e escutar a mulher de Maricá, seja ela jovem, estudante, filha, mãe, trabalhadora ou desempregada”, afirmou, Rayanne de Medeiros, de 27 anos, moradora do Marques de Maricá e uma das convidas para a roda de conversa.

“Precisamos ouvir todas as pautas para mostrar a todas as mulheres que é a partir da organização, da união, representação e empoderamento enquanto dona de si que ela será capaz de transformar a realidade em que ela vive”, completou Rayanne.

“Meu lugar de fala é o lugar da mulher negra e dentro de Maricá o que estamos lutando e discutindo bastante é a questão da visibilidade, protagonismo e o empoderamento das mulheres negras na cidade”, contou Aduni Benton, de 55 anos, fundadora do Fórum Municipal de Mulheres Nega de Maricá e do Movidade.

“A mulher negra está invisibilizada, ausente em todas as instâncias de poder no município. Somos 160 mil habitantes e não temos uma única mulher ocupando o cargo de vereadora, mas estamos nos organizando para mudar esse quadro”, completou a militante que é pós graduada pela UCAM, em História da África e do Negro no Brasil e primeira mulher negra formada em Direção Teatral pela UNIRIO, e a segunda no Brasil, em 2000.

“É importante entender que o 8 de março é um dia de luta, um dia reservado para celebrar a nossa batalha diária na conquista e na manutenção dos nossos direitos. Mulheres morrem simplesmente por serem mulheres e muitos ainda fecham os olhos para o feminicídio. A nossa luta é por todas as mulheres, mas principalmente aquelas que ainda não encontraram seu caminho e não sabem a força que tem. Juntas somos mais fortes”, disse a militante do Movidade, Claudenise Silva, de 49 anos.

“É muito importante a participação destes movimentos sociais em eventos como esse porque o Dia Internacional da Mulher é para nós um dia de luta. Essa é uma data não só de comemoração, mas principalmente de reflexão tendo em vista que a conquista dos direitos das mulheres é um processo lento e continuo e, historicamente, cheio de muito enfrentamento e resistência”, avaliou Luciana Piredda, coordenadora de Políticas para Mulheres.  

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