Etapa aconteceu no último domingo, em Niterói
As “lendas” do surfe deram um show na etapa final do CBSurf Itacoatiara Master, neste domingo (16), no costão da Praia de Itacoatiara, que abriu a série de três etapas do Circuito Brasileiro de Master da Confederação Brasileira de Surf. Grandes nomes do surfe brasileiro estiveram no circuito este ano.
Surfistas com longas trajetórias de conquistas e títulos que são campeões brasileiros, mundiais e nomes já classificados entre os melhores do mundo, estão dando ao público a oportunidade de perceber que o resultado vem de décadas de trabalho para que o surfe brasileiro atual esteja entre os primeiros lugares do mundo.
O campeão desta etapa, na categoria Master (35+), foi o surfista potiguar Júnior Rocha. Conterrâneo do campeão Olímpico, Ítalo Ferreira, Rocha venceu dois surfistas locais e levou para casa o troféu feito pelo artesão da cidade, Marcilio Rodrigues. Ben Borges, surfista de Niterói, chegou a liderar a bateria, mas terminou na segunda colocação. O cearense Phelipe Maia ficou em terceiro lugar.
Herdy recordista – Na final Master, Guilherme Herdy já não conseguia mais surfar e terminou em quarto lugar. O herói local de Niterói, que já tinha surfado 8 baterias no domingo, começou a sentir cãibras no fim da semifinal Kahuna, antes das finais. Mesmo com muitos espasmos musculares, Herdy ainda fez mais duas finais, ficando com a vice colocação na Gran Master e em quarto na Kahuna, após participar de 11 baterias no mesmo dia.
“Não foi fácil para mim esses últimos dias. Fiquei de cama por quase duas semanas e há muito tempo não disputava tantas baterias. Acho que nunca fiz isso em toda minha carreira. Hoje, senti meu corpo todo puxando, tive câimbra nas pernas, depois meus braços ficaram dormentes e minha lombar travou. Foi muita coisa, mas estou feliz de ver todo mundo aqui reunido, lembrando histórias do passado e em saber que todo mundo está bem”, disse Herdy.
O alagoano Klinger Peixoto foi o grande vencedor na categoria Grand-Master (40+). Ele, que estava em terceiro lugar na bateria, pegou uma onda faltando 3 segundos para terminar e virou em cima de Guilherme Herdy. O maranhense radicado em Santa Catarina, Álvaro Bacana, chegou a ter a oportunidade, também no minuto final, mas caiu na primeira manobra da onda que podia valer o título e terminou em terceiro. Na quarta colocação ficou o cearense Angelino Santos.
Local de São Vicente, o surfista, advogado e jornalista Daniks Fischer, venceu na categoria Kahuna (45+), virando nos 5 minutos finais. O surfista do Rio de Janeiro, Arthur Gamma, chegou a liderar quase toda a bateria, mas terminou em segundo. O surfista da zona sul carioca, Eduardo Chalita, terminou em terceiro, praticamente empatado com Herdy, que ficou em quarto.
Daniks Fischer elogiou o evento e destacou que o Rio de Janeiro continua lindo.
“Foi aqui que fui campeão brasileiro, no fim dos anos 90. Reviver isso tudo, ao lado da minha esposa, é uma grande alegria. Daqui há 2 meses, vou lançar meu livro com um pouco dessa história da minha vida que é surfe, surfe e surfe. Parabéns a CBSurf e a todos que fizeram o evento que foi maravilhoso”, ressaltou.
A lenda do surfe brasileiro, o cabofriense Victor Ribas que já foi terceiro colocado no circuito mundial em 1999, mostrou um surfe lindo de borda em todo evento e ficou com a vitória na final Grand-Kahuna (50+).
Entre os finalistas, Vitinho, que fez a maior nota e a maior média, mostrou que conhece bem as ondas do costão de Itacoatiara. O surfista da Prainha do Rio de Janeiro, Sérgio Noronha, ficou com a segunda colocação. O gigante baiano, Esdras Santos, que eliminou seu conterrâneo Jojó de Olivença na semifinal, chegou a abrir a bateria com uma onda boa, mas terminou na terceira colocação. Oriundo de Búzios, Duda Tedesco, não achou as ondas na final e acabou na quarta colocação.
“O campeonato foi alucinante. Esse dia foi demais! Estou super feliz de rever a galera! Todo mundo surfando bem, motivados com a competição. Galera dando o máximo. Foi o maior barato!”, disse Vitinho.
O carinhoso nome com o qual é batizada a categoria Legends, ou Lendas, (55+) conota o reconhecimento pela longa jornada de surfistas que abriram as portas do surfe brasileiro para o mundo. Entre eles, Edson Vieira, surfista profissional que representou São Paulo nos anos 80. Vieira levou, com folga, o troféu do CBSurf Itacoatiara Master. Em segundo, ficou o surfista local de Niterói, Alfredo Simon. Vlamir Reis, também de São Paulo, ficou em terceiro lugar. O “mais experiente” da turma na final foi o catarinense Carlos Knoll, de 59 anos, que mostrou que o surf não tem idade.
O presidente da Neltur, Paulo Novaes, representou o prefeito de Niterói, Axel Grael, e destacou que a bela competição e organização do CBSurf Itacoatiara Master reafirma a Praia de Itacoatiara como um dos mais perfeitos cenários de ondas para as grandes competições de surfe.
“A Praia de Itacoatiara é uma referência de palco esportivo para o mundo. Trazer eventos desta importância para a praia atrai visitantes mais e turistas para a cidade, o que contribui para movimentar a economia da cidade”, ressaltou Novaes.
O CBSurf Itacoatiara Master foi uma parceria entre Prefeitura de Niterói, por meio das Secretarias de Esporte e Lazer e da e Niterói Empresa de Lazer e Turismo (Neltur), e a Confederação Brasileira de Surf (CBSurf) que realizou o evento que, nesta etapa, teve a parceria da Federação de Surf do Estado do Rio de Janeiro (FESERJ), junto com a Associação de Surfe de Niterói (ASN). Os apoiadores foram Surfland Brasil, Northshore, EBSCO, Gilo, Itacoatiara old School, Silverbay, Açaí do Joca Jr, W Laatam, FU WAX, Shaper Crivella, Puro Suco, Dunas de Itaipu, Todaro, Kaway e Full Filmes.
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