Arrendado e reequipado pela Prefeitura de Niterói, a unidade era um hospital particular desativado e se tornou referência para o tratamento de pacientes com coronavírus
O Hospital Municipal Oceânico alcançou uma marca histórica: duas mil altas de pacientes recuperados da Covid-19 desde a abertura em abril de 2020. A unidade, que era particular e estava desativada, foi arrendada e reequipada pela Prefeitura de Niterói e se tornou referência no tratamento da doença. Nesta quinta-feira (17), Maria José Camilo de Paula, de 53 anos, deixou o hospital pela porta da frente, após quase um mês lutando contra a Covid-19, e se tornou a paciente número dois mil a ter alta.
“Estou muito feliz com essa marca alcançada hoje pelo Hospital Municipal Oceânico. Ela demonstra que nossas ações no enfrentamento da pandemia da Covid-19 foram acertadas. Quero parabenizar toda a equipe do hospital e da Secretaria Municipal de Saúde pelo belo trabalho que vêm fazendo com empenho, dedicação e carinho pelas pessoas que lutam para sobreviver a essa infecção terrível e desejar à dona Maria José saúde e felicidade. A senhora é uma vencedora!”, disse o prefeito Axel Grael.
O secretário municipal de Saúde, Rodrigo Oliveira, também ressaltou o trabalho que vem sendo desenvolvido pela equipe do Hospital Municipal Oceânico.
“Abrimos o Hospital Oceânico em 23 dias e hoje é comparado aos melhores do Brasil. Atingimos 2 mil altas na unidade e quero deixar meus parabéns para toda essa equipe de profissionais competentes e dedicados pelo excelente trabalho que vem sendo feito ao longo desse período tão difícil”, disse.
Emoção – Maria José se emocionou ao deixar a unidade sendo saudada pela equipe da unidade e recebida na porta do hospital por familiares.
“Eu fui tão bem cuidada que me senti em casa, nem parecia que eu estava em um hospital. Desde o funcionário da limpeza até o médico, todos me trataram com muito carinho, cada detalhe fez a diferença para eu estar saindo pela porta da frente”, contou Maria José, que lembrou ainda como a chamada virtual foi importante para atravessar esse período de internação.
“O contato com minha família foi muito importante, renovou minha esperança, me deu a força e a vitalidade que eu precisava para enfrentar a Covid-19. Apesar desse momento de alegria, gostaria de aproveitar e alertar a todos sobre a importância de não se medicar em casa e dar o devido cuidado a essa doença. Meu conselho é: procure uma unidade médica, lá eles vão saber o que é melhor para você”, alertou a moradora de Itaipu.
Tratamento intensivo – Segundo a equipe médica, o quadro dela foi difícil: Maria José chegou a ter 50% dos pulmões comprometidos, mas graças à Cânula Nasal de Alto Fluxo (CNAF), ela não precisou ser entubada. Este equipamento é uma alternativa – presente no Hospital Oceânico – de suporte respiratório, sem máscara e mais confortável. Ela deu entrada na unidade no dia 20 de maio, e quase um mês depois, nesta quinta-feira (17), ela teve alta.
Nem a chuva e o tempo frio neste final de outono foram capazes de estragar a animação dos familiares da Maria José, emocionados eles agradeceram a equipe.
“É uma doença muito triste [Covid-19]. Fiquei muito desesperada quando soube que minha mãe estava doente, mas graças aos profissionais do hospital, ela saiu hoje [quinta-feira] pela porta da frente”, falou Thalita Pertuzatti, de 32 anos, filha de Maria.
Gisela Motta, diretora do hospital, reforça a importância dos cuidados para evitar a propagação da Covid-19.
“São diversas vidas salvas e mais do que isso, são famílias que não foram desfeitas. Apesar desse momento de alegria, não podemos fraquejar e afrouxar os cuidados, quem puder se vacinar se vacine, porque é apenas com a vacina que iremos vencer esta guerra. Além, claro, de sempre usar máscara, álcool em gel e manter o distanciamento social. Falta pouco para podermos nos abraçar novamente”, lembrou a médica.
Referência – O Hospital Municipal Oceânico é a primeira unidade do Brasil exclusiva para o tratamento de pacientes com Covid-19. A Prefeitura de Niterói arrendou as instalações de um hospital privado, que estava fechado, por R$ 1,7 milhão pelo período de 12 meses. Foram realizadas obras de adequação na unidade para receber os primeiros pacientes que começaram a chegar logo depois de sua inauguração, em abril de 2020.
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