Nos últimos anos – entre 2009 e 2017, cresceu para 109% o número de formandos acima de 50 anos. Este somatório é bem mais do que o total de estudantes que concluíram a graduação

Aumenta cada vez mais o número de estudantes concluintes do ensino superior acima de 50 anos no Brasil. Dados de 2009 a 2017, houve um aumento de 109%, segundo o Instituto IDados. A estatística leva em conta informações de alunos matriculados em mais de 2 mil  instituições de ensino públicas e particulares brasileiras. O aumento representa um valor acima do total geral de estudantes formados, com alta de 59,6% no mesmo período.

Pedro Balerine, diretor da área de Inteligência de Mercado do Quero Bolsa avalia que “apesar do recuo registrado em 2016, a participação de estudantes com maior experiência de vida entre os concluintes continua em patamares acima do registrado nos primeiros anos de análise. Isso demonstra que os brasileiros, de maneira geral, estão preocupados em se qualificar para alcançar melhores oportunidades no mercado de trabalho”.

Ligia Lourenço, 51 anos, está na segunda tentativa de concluir a graduação. A recém ingressa está no curso à distância de Pedagogia na Universidade Braz Cubas, em São Paulo. Na primeira tentativa, cursou Letras até o último ano, quando se viu obrigada a trancar matrícula por causa das dificuldades financeiras causadas pelo desemprego. “Trabalhei mais de 20 anos como monitora de alunos tanto na educação básica, como no ensino superior. O amor pela educação me fez retomar os estudos. Agora pretendo ir até o fim”, relata.

O analista de sistemas João Leal Nunes Neto, 54 anos, natural de Tijucas, Santa Catarina, o mesmo optou por morar na capital paulista em 2012 com o objetivo de se recolocar no mercado de trabalho e se qualificar profissionalmente. Formado anteriormente em Web Design, em 2016, João entrou para o curso de Análise e Desenvolvimento de Sistemas da Faculdade das Américas (FAM), garantindo bolsa de 15%no site do Quero Bolsa.

“Após 28 anos de atuação no Banco do Estado de Santa Catarina, era o momento de procurar novos horizontes. Encerrei o curso em junho e, com certeza foi a melhor decisão que tive nos últimos tempos”, explica o estudante que pretende estabelecer residência na capital e, consequentemente, conquistar um emprego fixo.