Universidade é a primeira instituição de ensino superior do Rio de Janeiro a possuir uma embarcação para pesquisa
O Governo do Estado inaugurou, o navio oceanográfico Prof. Luiz Carlos. Orçada em R$ 7 milhões, a embarcação da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) foi financiada com recursos públicos de quatro órgãos, além da própria universidade – Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Inovação, Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj) e Financiadora de Estudos e Projetos (Finep). Durante a solenidade de inauguração, o governador Wilson Witzel falou sobre o aumento dos investimentos da administração estadual nas áreas de pesquisa e inovação em 2020.
– Esse ano serão R$ 550 milhões em pesquisa e inovação para o nosso Estado. Ano passado foram R$ 300 milhões. Por isso, lancei o desafio para as universidades do Rio de Janeiro para que possamos superar as demais instituições brasileiras, que têm tradição na área de pesquisa. A Universidade da Zona Oeste (Uezo), por exemplo, terá um campus novo para que os estudantes tenham melhores condições de estudo. Reafirmo meu compromisso de investir em educação e na cultura porque só assim o Brasil vai retomar a capacidade de gerar riqueza – disse o governador.
O navio oceanográfico vai alavancar pesquisas e projetos ambientais, como o monitoramento dos ecossistemas marinhos e aperfeiçoar a formação dos estudantes de oceanografia, geologia, geografia e biologia. O projeto teve início em 2013, mas, em virtude dos anos de crise financeira do estado, somente em 2019 foi possível finalizar a construção. A embarcação também vai possibilitar parcerias com órgãos governamentais, empresas e demais instituições de pesquisa.
– Com a chegada do navio Prof. Luiz Carlos, as pesquisas nas áreas de Oceanografia e Biologia Marinha terão um upgrade impressionante. É como se fosse um hospital para os estudantes de Medicina. A existência de uma embarcação coloca a Uerj em outro patamar, a partir das pesquisas que serão iniciadas. Além disso, há a oportunidade de se estabelecer parcerias com outras instituições para o estudo no ambiente marinho. Este é o primeiro naviooceanográficoligado a uma universidade do Estado do Rio de Janeiro. Nenhuma outra instituição fluminense possui algo semelhante – explicou o reitor da Uerj, professor Ricardo Lodi.
Sala de aula no mar
O Prof. Luiz Carlos, construído no Ceará, será utilizado ainda para aperfeiçoar o monitoramento da poluição da Baía da Guanabara, de Ilha Grande, além de outras baías, regiões costeiras e oceânicas. A ideia é atuar diretamente em problemas relacionados à pesca, fazendas marinhas e outros recursos naturais.
– O navio dará um grande diferencial ao trabalho dos pesquisadores, porque, a partir de agora, os profissionais poderão estar no mar e coletar materiais para pesquisa. Isso é um avanço, inclusive, para os nossos processos de estudo sobre a despoluição da Baía de Guanabara. A embarcação atende não somente a comunidade da Uerj, mas outras universidades estaduais e federais, através de parcerias que faremos – destacou o secretário de Ciência, Tecnologia e Inovação, Leonardo Rodrigues.
Detalhes do navio
Com 30,5 metros de comprimento e 7,8 metros de largura, o Prof. Luiz Carlos ultrapassa 250 toneladas, tem capacidade para navegar com 30 pessoas e autonomia para permanecer até 15 dias no mar. O navio carrega o nome do professor da Faculdade de Oceanografia, Luiz Carlos Ferreira da Silva, como homenagem ao trabalho realizado por ele na formação de gerações de oceanógrafos e na consolidação desse campo de estudos no Brasil.
– A primeira turma de oceanografia da Uerj foi formada em 1978, ninguém sabia muito sobre o que se tratava. Sempre falei aos meus alunos que é preciso estudar e, mais do que isso: o principal é a prática. Por isso, ver de perto a concretização do navio oceanográfico é uma grande felicidade. Sinto-me honrado e grato pela homenagem – agradeceu o professor Luiz Carlos.
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