A Fundação Leão XIII começou, o trabalho de abordagem de pessoas que vivem em situação de rua no Rio de Janeiro com foco na emissão do documento delas e para dar início ao levantamento dessa população. O objetivo é promover o primeiro censo estadual da pessoa em situação de rua, traçando assim o perfil dessas pessoas para estabelecer políticas públicas eficazes. Até o segundo semestre de 2020 os números serão divulgados.

– Idade, profissão, escolaridade, o tempo de rua, se tem eventualmente alguma doença, alguma comorbidade mental, se essas pessoas fazem uso de álcool e drogas, tudo isso o Censo vai ajudar a revelar. E a partir dessa revelação teremos um diagnóstico mais preciso que vai conseguir identificar quais são as políticas públicas exatas para essa parcela da população – explicou Allan Borges, presidente da Fundação Leão XIII.

Quatro equipes de abordagem social integram o projeto, cada uma com três educadores sociais e um assistente social. Vão atuar das 8h às 20h, todos os dias, no Centro e zona sul, neste primeiro momento. Em seguida, a ação será expandida para outras regiões e municípios.

David Barbosa dos Santos Frazão, de 30 anos, foi uma das pessoas atendidas no primeiro dia da ação. Há 18 anos morando nas ruas, ele nunca teve um documento de identificação. A Fundação Leão XIII vai atuar para dar entrada em sua certidão de nascimento e carteira de identidade.

– Estou na rua desde pequeno. Antigamente vendia bala para minha falecida mãe, vendia doce, fugia dela, dava trabalho pra ela. Hoje em dia quero ela do meu lado e não tenho – desabafou.

O Wanderson Ferreira de Souza tem 41 anos. É casado, mora em São Paulo e veio visitar a avó que está doente no Rio. Por causa de problemas com a família, ele está na rua há um mês. “Estou passando muito perrengue aqui. Está chovendo muito eu perdi tudo. E essa é a vida que estou vivendo há um mês”, contou. A Fundação Leão XIII também vai ajudá-lo na entrada nas novas documentações e também na sua volta para casa.