Federação destaca resultado positivo na comparação com o quarto trimestre de 2020, apesar do agravamento da pandemia de Covid-19. Na comparação interanual, a retração foi de 1,7%, a menos intensa do período de pandemia, em que a queda chegou a 9,9%
O Produto Interno Bruto (PIB) fluminense registrou, no primeiro trimestre de 2021, alta de 0,7% na comparação com os três últimos meses do ano passado, apesar do agravamento da pandemia de Covid-19. Na comparação com o primeiro trimestre de 2020, período pré-pandemia, houve retração de 1,7%. Essa é a queda menos intensa dos meses de crise sanitária na análise interanual. Os dados são do estudo “Rio de Janeiro: resultados e perspectivas para o PIB”, divulgado pela Firjan. A estimativa feita pela federação mostra que no segundo trimestre de 2020 a queda da atividade econômica fluminense, na comparação com o mesmo período do ano anterior, chegou a 9,9.
“Os dados do primeiro trimestre confirmam o que temos observado em nosso dia a dia, que a economia fluminense dá sinais de retomada. Acreditamos que, com a vacinação e um esforço no sentido de solucionar gargalos estruturais, o processo de recuperação seja intensificado. Na indústria de transformação, nossos estudos apontam que o crescimento pode chegar a 4,8% ou até 5% no ano”, destaca o presidente da Firjan, Eduardo Eugenio Gouvêa Vieira.
O gerente de Estudos Econômicos da federação, Jonathas Goulart, também ressalta que, diante dos resultados do primeiro trimestre, a expectativa é de que o PIB fluminense tenha crescimento de 3,8% em cenário base. “Temos ainda cenários alternativos, dependendo do avanço da vacina e das reformas estruturais. No cenário otimista, nosso crescimento pode ser de 5% no ano”.
No primeiro trimestre, a indústria fluminense apresentou queda de 2,1% na comparação com o mesmo período de 2020 – retração menos intensa do que a registrada no trimestre anterior (-3,4%). Na indústria de transformação, o grande destaque positivo foi o segmento de metalurgia, favorecido pela retomada da atividade econômica em outros países. No entanto, mesmo com o cenário externo mais favorável, o agravamento da pandemia no Brasil e as novas paralisações da produção afetaram de forma negativa importantes segmentos da indústria fluminense, entre eles o de coque e derivados de petróleo e o automotivo, sendo que este último também sofreu com a falta de insumos.
A construção civil teve retração de 1,2% na análise interanual, mas também tem apresentado sinais de retomada. A cadeia da construção está inclusive sendo a principal responsável pelo aumento das contratações da indústria fluminense em 2021. No primeiro trimestre, o saldo de empregos na construção foi de 4.343. Já a indústria extrativa, depois de três anos sendo o principal vetor de crescimento da economia fluminense, vem demonstrando menor ritmo de produção. Nos três primeiros meses do ano o setor apresentou queda de 1,1% por conta do recuo da produção de óleo e gás. O setor de serviços teve retração de 1,6%.
Projeções para 2021 revisadas
A projeção de crescimento da atividade econômica fluminense para 2021 foi revisada de 2,9% para 3,8% em cenário base, que considera a vacinação completa da população adulta contra a Covid-19 até o fim do ano, a normalização da mobilidade no segundo semestre, a maior resiliência da indústria no processo de normalização dos estoques e o avanço das reformas estruturais, entre elas a administrativa e a tributária. O setor de serviços deve apresentar crescimento de 3,9%. Na indústria, o aumento esperado é de 3,6% e a maior alta deve vir da indústria de transformação (4,8%). Com o crescimento de 3,8% do PIB fluminense, a Firjan espera que a atividade econômica do estado se aproxime do nível de produção de 2019, ficando apenas 0,2% abaixo.
A federação também considera que a antecipação da vacina para a população adulta, o maior ritmo de recuperação de parceiros comerciais e a aprovação de reformas estruturais já no início do segundo semestre podem resultar em crescimento de 5% do PIB fluminense em 2021. Ressalta ainda que atrasos relacionados a essas questões podem levar a crescimento de apenas 2,1%.
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