Atualmente, o medicamento é produzido em parceria com o setor privado. Com a produção inteiramente pública, o custeio do antirretroviral deve ser barateado em 10% para o Governo Federal
A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), no Rio de Janeiro, começará, a partir de agosto, a fabricar totalmente o Duplivir, remédio usado no tratamento contra HIV, que até então é produzido em parceria entre o Instituto de Tecnologia em Fármacos da Fiocruz e laboratórios privados.
Com a compra do antirretroviral para o Sistema Único de Saúde (SUS), a queda dos gastos com o processo de produção deve ser de 10% para o Governo Federal. Hoje, o preço unitário do Duplivir no mercado é de R$3, mas com essa nova parceria, a Fiocruz conseguiu baixar o valor para R$1,90, o que representa uma economia de R$258 milhões para a União. Desde 2014, o Ministério da Saúde solicitou aproximadamente 368 milhões de unidades do medicamento, que foram fabricadas em parceria com o setor privado.
De janeiro a abril deste ano, a Fiocruz produziu 30 milhões de unidades de Duplivir e a estimativa é de fabricar 75 milhões até o final de 2019. “Esse projeto faz parte de uma política do Ministério da Saúde que chama Parceria de Desenvolvimento Produtivo (PDP), onde um laboratório privado transfere essa tecnologia de produção para um laboratório público”, esclareceu a Coordenadora de Desenvolvimento Tecnológico de Farmanguinhos, da Fiocruz, Alessandra Esteves.
Ela também comentou que o Brasil é um país mundialmente conhecido por conta dos seus programas de combate ao HIV bastante fortes e que, portanto, já tem vasto conhecimento tecnológico para a produção de medicamentos que tratem das doenças. “Além disso, a gente amplia o acesso à população, pois conseguimos reduzir os preços, estamos estimulando a indústria nacional, geração de renda e, também, de empregos”, afirmou Alessandra.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária, a Anvisa, ainda precisa dar o aval para que a Fiocruz assuma de vez a produção completa do antirretroviral.
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