Explorando sabores: a busca pela inovação e versatilidade dos menus nos estádios

Pesquisa revela que espaços com cardápios mais saudáveis e focados na interatividade são os que estão em alta no setor

É possível perceber que os estádios têm realizado um movimento para melhorar a qualidade dos alimentos que são oferecidos aos torcedores, estando eles nas arquibancadas ou camarotes gastronômicos. Essa tendência que se popularizou ao redor do país foi ocasionada pela mudança que o setor gastronômico sofreu ao se tornar, além de uma experiência sensorial, uma vivência social e cultural.

A pesquisa “Tendências Menus do Futuro 2023”, realizada em abril pela Unilever Food Solutions (UFS), mapeou com a ajuda de 1.600 chefs de 21 países, que ambientes mais interativos, com menus mais enxutos, focados na sustentabilidade e ingredientes saudáveis são algumas das megatendências que o setor deve investir para cativar o público. 

A busca pela inovação e versatilidade está atrelado a criatividade que a culinária pode proporcionar. Com uma variedade de opções que incluem pratos vegetarianos, sem glúten ou até mesmo temáticos, os estabelecimentos que estão atentos a atender as necessidades de um público diversificado ganham pontos na valorização do seu serviço. Um exemplo disso, é a Arena MRV, nova casa do Atlético Mineiro, inaugurada em agosto, que trouxe em seu cardápio uma rica inspiração na cozinha mineira. Elaborado pela GSH Live, empresa conceituada de catering, clássicos como o tradicional feijão tropeiro podem ser encontrados nas arquibancadas do estádio mineiro. 

“A ideia de um restaurante ou serviço de alta gastronomia dentro de um estádio não era algo a se pensar. Conscientes dessa lacuna e com objetivo de proporcionar uma alimentação de qualidade, criamos um serviço exclusivo focado em proporcionar experiências únicas aos clientes. Além do jogo, o principal atrativo é oferecer diversidade gastronômica com foco nas tendências e preferências dos torcedores”, afirma Mark Zammit, CEO da GSH Live.

Outros fatores que vem ganhando força dentro deste cenário é a inserção da sustentabilidade e o uso consciente de alimentos, criando-se assim pratos que são deliciosos e ecologicamente responsáveis. Esse pensamento vai muito de encontro com o fortalecimento do mercado de produtos plant-based, uma vez que consumidores vêm demonstrando interesse em uma alimentação vegana ou vegetariana. Isso fez com que inúmeras empresas utilizassem esse interesse ao seu favor, pois segundo dados do Ministério da Fazenda, o número de empresas abertas com o termo “vegano” no nome cresceu mais de 500% nos últimos 10 anos.

Responsável pela gestão de camarotes em seis estádios do futebol brasileiro, Léo Rizzo, CEO da Soccer Hospitality, ressalta que, além da importância de acompanhar as novas tendências do mercado gastronômico, as preferências dos clientes também podem variar de acordo com a localização geográfica, por exemplo.

“Nas operações que fazemos pelo país, conseguimos acompanhar algumas diferenças que cativam os clientes. Posso citar o exemplo do cachorro-quente, por exemplo, em que servimos o mesmo produto no Rio de Janeiro, São Paulo e em Recife, mas temos que adaptar os acompanhamentos de acordo com a popularidade local”, comenta o executivo.

De acordo com os dados do The Good Food Instituto Brasil (GFI) e Meticulous Market Research, o crescimento deste mercado é de 7% ao ano, porcentagem que pode chegar a 12% em 2027. Já as perspectivas de venda podem alcançar o valor de US$370 milhões em 2025, de acordo com a consultoria A.T. Kearney. No Brasil, o crescimento também é notável, existem aproximadamente mais de 2.900 restaurantes e estabelecimentos veganos no país, sendo Rio de Janeiro e São Paulo as cidades mais vegan-friendly do Brasil.

É difícil ter um número exato de pessoas veganas no Brasil, mas segundo uma pesquisa divulgada pela Sociedade Vegetariana Brasileira (SVB) estima-se que aproximadamente 7 milhões de pessoas sigam o veganismo, fazendo com que o país assuma a liderança de adeptos na América Latina. Além disso, 46% dos brasileiros já deixam de comer carne 

Além da busca de cardápios mais inclusivos, a interativa é outro requisito que os espaços devem se atentar. Menus interativos, com um toque modernidade que possam facilitar o atendimento do cliente, ou até mesmo, a criação de experiências voltadas para um público-alvo são uma oportunidade para a criação de um relacionamento de fidelização com os espaços.

“É importante proporcionar momentos memoráveis para as pessoas. Estabelecimentos que investem nesse aspecto não apenas atraem mais clientes, mas também auxiliam na construção da marca, na recomendação e na receita recorrente” destaca Alessandro Tomazelli, CEO da Cia do Tomate, empresa de recreação.

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