Obrigatoriedade do exame desde 2016 diminuiu uso de drogas por motoristas e provocou queda de acidentes nas estradas e rodovias nacionais
O exame toxicológico de larga janela de detecção identifica a presença de substâncias psicoativas que se depositam nos fios de cabelo ou pelos, permitindo a avaliação de hábitos de consumo dessas substâncias pelo doador. Obrigatório desde março de 2016 para condutores das categorias C, D e E e suas variantes, em conjunto com a categoria A (motocicletas), este exame identifica o uso regular de drogas nos últimos 90 dias. Os laudos positivos são aqueles que registram consumo de drogas regularmente. Ou seja, trata-se de um exame mais completo e capaz de revelar o motorista que é usuário recorrente de drogas.
A prática é defendida pela Associação Brasileira de Toxicologia (ABTox), que trabalha pela conscientização do setor para que este exame seja uma prioridade de todos os motoristas e realiza parcerias com entidades que tenham em mente o mesmo objetivo de diminuição do número de acidentes nas estradas e rodovias de todo o País. Na opinião de Renato Borges Dias, Presidente da ABTOX e ex-Diretor-Geral da Polícia Rodoviária Federal, “Investir no bem-estar do motorista é peça central para garantir a operação mais segura possível. Além disso, muitas ações específicas pelo setor têm sido tomadas para evitar que motoristas dirijam sob o efeito de drogas”.
Segundo dados da Abrati (Associação Brasileira das Empresas de Transporte Terrestre de Passageiros), estima-se que o transporte rodoviário regular empregue quase 80 mil motoristas em todo o território nacional. De acordo com a entidade, as empresas contratantes investem, em média, 12% do valor gasto na folha de pagamento dos condutores em treinamentos e cursos de capacitação.
A Abrati revela ainda que, hoje, no transporte regular interestadual, o uso do etilômetro pré-jornada faz parte da rotina de cerca de 90% das empresas. Já os exames toxicológicos periódicos e/ou randômicos, que são aplicados em mais de uma modalidade, estão com as seguintes porcentagens: exame de sangue: 35%; exame de urina: 5%; exame de fio de cabelo: 60%.
Para Letícia Pineschi, porta voz da Abrati, um trânsito mais seguro é responsabilidade de todos. “As empresas associadas à Abrati estão intensamente comprometidas com o tema e promovem constantemente treinamentos e controles toxicológicos de seus condutores, que vão muito além do que está disposto na lei. Priorizamos essas ações em benefício da vida humana. Por isso é fundamental que o usuário esteja atento para utilizar o transporte regular. Ele segue regras, as empresas são fiscalizadas e vistoriadas frequentemente, pagam tributos, cumprem as leis e normas trabalhistas, oferecem benefícios aos motoristas e ainda arcam com custos de manutenção e seguro-acidente. Uma boa viagem começa pela escolha segura, confortável e confiável de uma empresa legalizada. E isso pode ser decisivo para um final de ano seguro nas estradas ”, ressalta a executiva.
Como é o exame toxicológico de larga janela de detecção
O exame toxicológico de larga janela de detecção identifica a presença de substâncias psicoativas que se depositam nos fios de cabelo ou pelos por um período mínimo de 90 dias até seis meses, permitindo a avaliação de hábitos de consumo dessas substâncias pelo doador. Desde o dia 11 de novembro de 2021, passou a valer uma nova determinação para a multa exame toxicológico. Todos os motoristas de caminhão, ônibus ou van que não tiverem atualizado o seu exame receberão uma multa. O valor dessa punição é de R $1.467,35.
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