Na contramão da maioria dos Estados, o ritmo da pandemia está desacelerado no RJ. Mais de 125 mil vidas foram poupadas
Desde o pico da pandemia, na primeira quinzena de maio, o Estado do Rio tem registrado redução do número de novos óbitos diários por coronavírus. Comparando as semanas epidemiológicas (SE) 19 e 20, referentes ao período de 3 a 16 de maio, com as SE mais recentes, de número 29 e 30, entre os dias 12 e 25 de julho, a queda dos óbitos chega a 82,5%. Enquanto há três meses ocorreram em média 258 mortes por dia decorrentes da Covid, em julho foram 45 óbitos por dia, como indica a plataforma estadual Painel Coronavírus.
Para efeito estatístico, as semanas mais recentes não são levadas em conta porque ainda podem ocorrer notificações de novos casos e óbitos, além de revisão de dados. Mas mesmo nos últimos 15 dias é possível afirmar que a redução do número de óbitos continua (conforme gráfico em anexo).
Na contramão da maioria dos demais estados, o ritmo de evolução da pandemia no Rio de Janeiro é reduzido, com gradativas baixas de notificações. Para o governador Wilson Witzel, os números atuais são reflexo da adoção de medidas de isolamento social adotadas pelo Governo do Estado ainda na primeira quinzena de março.
“Fomos pioneiros no país em apoiar o isolamento social, decretando medidas restritivas antes mesmo de termos o primeiro óbito registrado. Nossa atuação preventiva foi determinante para termos queda dos óbitos de forma antecipada em relação aos outros estados, e para pouparmos mais de 125 mil vidas. Reforço ainda minha solidariedade às famílias que tiveram entes vitimados pela doença”, pontua Witzel.
Secretário de Estado de Saúde, Alex Bousquet frisa que os dados sobre óbitos devem ser analisados pela data de notificação e não de divulgação nos boletins oficiais. Segundo ele, outro fator de destaque no cenário epidemiológico no Rio de Janeiro foi a estrutura da rede estadual de saúde para tratamento de pacientes, que hoje conta com 900 leitos de retaguarda.
“O atual momento da pandemia, com baixa demanda por leitos e reduzida taxa de ocupação, direciona para a desmobilização de unidades referenciadas. Dessa forma, podemos retomar os demais atendimentos e reforçar a assistência a outras especialidades. A estratégia adotada pela Secretaria de Saúde é apoiar os municípios, pactuando a oferta de leitos locais e dando suporte operacional com equipamentos, profissionais e insumos”, afirma Bousquet.
Além dos óbitos, os casos confirmados também registraram queda de 48,6% no Rio de Janeiro na comparação entre a primeira quinzena de maio e o período de 12 a 25 de julho. A secretária extraordinária de Enfrentamento à Covid, Flávia Barbosa, destaca que os casos já diminuíram muito e atualmente estão estabilizados. Ela lembra que recentemente o Ministério da Saúde alterou as definições de casos de Covid.
“A redução dos casos é menor do que a dos óbitos porque houve o reforço da testagem da população e a ampliação dos critérios para notificar casos de Covid. Outra análise interessante a ser feita é sobre as internações por Síndrome Respiratória Aguda Grave, que contabilizam quadros graves, e como a prevalência do coronavírus tem diminuído em relação outros tipos virais”, aponta Flávia.
Até esta sexta-feira (14/08), o Rio de Janeiro registrou 14.507 óbitos e 189.891 casos de Covid-19. Entre os infectados, 169.693 já se recuperaram da doença. Atualmente, de acordo com a Secretaria Extraordinária da Covid-19, o Estado do Rio está classificado na Bandeira Amarela, indicativo de risco baixo para a doença.
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