Em visita ao Chile, Bolsonaro contesta uso da Força contra Maduro

No Chile, onde oito países assinaram a criação do Prosul – novo bloco regional – Bolsonaro negou intervenção militar na Venezuela

No dia da criação de um novo bloco regional (Prosul) onde a Venezuela é excluída, o presidente Jair Bolsonaro negou a possibilidade de apoiar uma intervenção militar na intenção de derrubar Nicolás Maduro.

No entanto, o presidente deixa a posição do governo sobre o assunto: “Tem gente divagando, tem gente sonhando. Da nossa parte não existe essa possibilidade”, afirmou Bolsonaro ao deixar o Palácio La Moneda, sede do governo Chileno. Bolsonaro ainda explicou que a “ditadura” na Venezuela perdura e se fortalece na “fraqueza de Nicolás Maduro”, porque não é ele quem decide questões naquele país, mas alguns generais, narcotraficantes, milícias e cubanos.

Durante a entrevista em Santiago, o presidente cobrou da alta-comissária da Organização das Nações Unidas para os Direitos Humanos – a chilena Michele Bachelet, uma posição mais concreta em relação à Venezuela.

Os presidentes do Brasil, Argentina, Chile, Equador, Colômbia, Peru e Paraguai assinaram na última quinta-feira (21), em Santiago, a criação do Foro para o Progresso da América do Sul (Prosul), novo bloco regional responsável por substituir a União de Nações Sul-Americanas (Unasul).

Dentre as principais exigências para o ingresso no Foro são “a plena vigência da democracia, das respectivas ordens constitucionais, o respeito ao princípio da separação dos poderes do Estado e a promoção, proteção, respeito e garantia dos direitos e liberdades humanos”.

Bolsonaro declarou depois da cúpula que a cláusula é um recado para o regime de Maduro. Segundo ele, o Prosul foi criado porque os países que assinaram a declaração para a criação do organismo não querem que aconteça o mesmo que ocorreu na Venezuela em seus territórios. Blocos existentes, como o Mercosul, têm cláusulas democráticas.

No texto, “Reafirmamos que a integração é uma ponte para o fortalecimento do multilateralismo e a plena vigência do direito internacional”, a declaração reforça o respeito aos mecanismos de direito internacional e ao multilateralismo. A declaração de Santiago afirma que a América do Sul deve ser preservada como “zona de paz” e o respeito à integridade territorial dos países da região.

Um representante da Guiana também assinou o documento, Bolívia, Uruguai e Suriname enviaram representantes ao encontro, mas não aderiram ao novo bloco. Como autor do Prosul, o Chile asssumirá a presidência do bloco pelos próximos 12 meses. A seguir, a presidência será ocupada pelo Paraguai.

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