Em parceria com a Unesco, Prefeitura forma 430 jovens na Cidade das Artes

Foto: Laryssa Lomenha

Projeto Pacto Pela Juventude cria jovens líderes nas favelas e na periferia

O prefeito Eduardo Paes e o secretário Especial da Juventude Carioca, Salvino Oliveira, participaram, ontem, da formatura de 430 jovens cariocas moradores de favelas. Eles são da primeira turma de bolsistas do Pacto Pela Juventude, projeto realizado em parceria com a Organização das Nações Unidas para a Educação a Ciência e a Cultura (Unesco) e, durante sete meses, analisam e criam soluções para problemas de suas comunidades.

Foram sete meses de intenso estudo, financiado com bolsas de R$500, e aplicação de conhecimentos sobre como identificar problemas e propor soluções nas regiões onde eles moram. Providência, São Carlos, Cidade de Deus e Rio das Pedras são algumas das favelas do Rio de Janeiro que já têm núcleos do projeto. 

– Hoje é um dia que tem um simbolismo importante para vocês por receber o diploma. A vida é feita de conquistas, algumas vocês vão ter o diploma físico, como hoje, outras são as nossas lutas e metas do dia a dia. É importante que cada um de vocês saiba que a experiência vivida nesse projeto é uma demonstração de que, mesmo numa circunstância adversa e que todas as probabilidades joguem contra, mesmo que seja muito difícil, se a gente perseguir, se esforçar, correr atrás, dá para alcançar os objetivos. Quando fazemos um programa como esse queremos formar o que chamamos de consciência cidadã para que possamos melhorar como país, que possamos construir uma cidade melhor – afirmou o prefeito Eduardo Paes.

Os jovens do Pacto pela Juventude são orientados e incentivados a multiplicar conhecimentos e soluções para problemas históricos da sua própria vizinhança em temáticas como Cultura, Esporte, Sustentabilidade e Tecnologia.  

Desde julho de 2022, quando foi lançado, o PPJ já realizou 200 ações de multiplicação, resultando em mais de 10 mil jovens que se tornaram multiplicadores em toda a cidade, levando conhecimentos e práticas sustentáveis alinhadas com a Agenda 2030 da ONU para a juventude e seus pontos de contato, como família, vizinhos e amigos. Nos próximos meses, novos bolsistas poderão se candidatar às vagas.

“O nome Pacto Pela Juventude vem da ideia de, realmente, criar um pacto que envolva toda a sociedade. Hoje é um dia histórico para a cidade do Rio, após um processo que começou na inscrição em que mais de 20 mil jovens se inscreveram e agora eles vão entregar soluções práticas para problemas reais. E isso é muito impactante. A cidade de verdade gerando um ciclo positivo, de cuidado, em que o jovem se sente pertencente e começa a mobilizar outros mais para cuidar daquele território em que mora. É um ciclo do bem. As ações de multiplicação foram desde mutirões de coleta de lixo até projetos como horta orgânica. É o Rio de Janeiro sendo transformado pela juventude”, disse o secretário Salvino Oliveira.

Projetos e alcance internacional

O Pacto gerou projetos autorais como o Tô Navegando, que buscará inserir no mercado de trabalho pessoas com Síndrome de Down com a oferta de uma formação gratuita em tecnologia. Camille Cristina Fernandes, 18 anos, faz parte do projeto, criado.por

– Meu maior sonho é que o Tô Navegando se torne uma política pública de qualidade em inclusão. Estou muito orgulhosa de onde a gente chegou. As pessoas com Síndrome de Down são muito invisibilidadas e o mercado de trabalho tende a mão enxergar a capacidade dessas pessoas. Então é muito importante mostrar o potencial deles e trazer fazer com que os líderes nas empresas entendam que empregar pessoas com alguma deficiência beneficia não só o indivíduo como também as organizações.

Outra iniciativa que chama a atenção foi desenvolvida por um grupo de jovens do eixo de Esporte do núcleo que abrange o Complexo da Penha, na zona norte, onde os bolsistas realizaram uma oficina sobre desigualdade e decidiram criar um espaço de prática esportiva na região, com atendimento profissional especializado.

Essa segunda ação foi apresentada, em abril, no Fórum de Juventude do Conselho Econômico e Social da ONU, em Nova York. Representando os alunos do Pacto pela Juventude, Gabriela da Silva, de 23 anos, viajou com uma comitiva da JUVRio para os Estados Unidos e falou sobre a importância dessa política pública na vida de jovens moradores de favelas como ela, que mora no morro da Chatuba.

– Eu nunca imaginei que fosse passar por essa experiência, em que eu pude falar sobre o projeto do meu grupo junto a uma delegação brasileira da JUVRio em Nova Iorque. Estar no Fórum foi sensacional porque pude conhecer outros jovens que têm ideias e estão promovendo mudanças. Tudo isso graças ao Pacto pela Juventude – disse Gabriela da Silva.

Fotos: Laryssa Lomenha

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