O distúrbio é comum em crianças na faixa etária dos 5 a 7 anos de idade
Cada vez mais cedo as crianças são diagnosticadas com diabetes. A patologia geralmente ligada a adultos atinge crianças de todas as idades, inclusive as menores de seis anos de idade. No Brasil, há aproximadamente 30 mil crianças diabéticas, segundo a Federação Internacional de Diabetes. Com isso, o país ocupa o terceiro lugar no ranking de nações com mais diagnósticos da doença na infância.
Normalmente as crianças e adolescentes são diagnósticas com a diabetes tipo 1, mas, com o aumento de casos de obesidade em crianças, o tipo 2 também tem aparecido na infância. Conforme dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), a obesidade infantil está presente em uma em cada três crianças brasileiras de 5 a 9 anos.
A diabetes surge quando o organismo começa a extinguir as células que produzem insulina no pâncreas.
O distúrbio leva a uma deficiência de insulina e é chamado insulino dependente. “Sem a insulina para levar a glicose para dentro da célula, o açúcar na corrente sanguínea aumenta”, esclarece a endocrinologista pediátrica Fernanda André.
Os sintomas que os pais devem ficar em alerta são: emagrecimento, cansaço, irritabilidade, visão turva, muita sede, aumento da frequência das idas ao banheiro, aumento repentino do apetite e queda do rendimento na escola.
Nos dois casos não existe cura, mas o controle pode e deve ser feito. O controle é fundamental para evitar os picos que podem prejudicar a criança.
A hipoglicemia que acontece quando o nível de glicose no sangue fica normalmente baixo, em geral abaixo de 70 mg/dl. Essa falta de açúcar na corrente sanguínea pode ser provocada por exageradas doses de insulina, aumento na carga de exercícios sem orientação correta ou outros fatores.
No caso da hiperglicemia ao contrário da disfunção anterior é resultado da alta da glicose no sangue seja por ter pouca insulina no organismo ou porque o corpo não consegue usá-la apropriadamente. Ela pode ser motivada por dificuldade do corpo para utilizar a insulina que está sendo produzida, aplicação de doses incorreta de insulina de (tipo 1), excesso de alimentação e a falta de atividade física.
E por fim, as crianças que têm diabetes podem desenvolver a hiperinsulinemia é a insulina alta no sangue. A insulina é responsável pelo controle e equilíbrio do metabolismo dos carboidratos no organismo. Ela transporta os açúcares para todas as células do corpo o que é importantíssimo como fonte de energia e disposição. Neste caso a atividade física pode ajudar a penetração do açúcar na célula muscular.
O tratamento da diabetes na infância é feito com acompanhamento da endocrinologista pediátrica que irá entender as necessidades da criança e buscar os melhores caminhos para o controle da doença.
Atualmente as opções disponíveis no mercado para o controle da doença são inúmeras para facilitar a rotina e causar o mínimo de desconforto para a criança. As agulhas são menores, quando existe a necessidade da insulina e os aparelhos para controle da glicose são mais fáceis de manipular. Além disso as crianças ainda tem a possibilidade de usar a bomba de insulina que auxilia por enviar de maneira contínua a medicação.
Segundo a Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD), a bomba de insulina tem indicação primária para neonatos, lactentes e crianças menores de seis anos, devido à necessidade de micro doses de insulina. Para determinar do melhor tratamento para a criança é necessário que os pais consultem um endocrinologista pediátrico.
Para Gilvana, mãe da Manuela que é diabética desde 1 ano de idade, a bomba de insulina foi a melhor solução para controlar a diabetes de sua filha. “Depois de algum tempo da descoberta da diabetes da minha filha, ela teve cetoacidose diabética e foi parar no CTI . Após esse período no hospital a Manu passou a tratar a diabetes e tomar insulina por meio da caneca, mas, mesmo com várias aplicações ela apresentava sensibilidade à insulina”, explica.
Gilvana ainda relata que mesmo com o uso da insulina sua filha precisou passar por nova avaliação médica para adequar o tratamento já que não houve melhora no quadro de saúde de Manuela.
“O novo diagnóstico, a profissional receitou a troca da caneta pela bomba de insulina. Foi a melhor coisa que aconteceu! Hoje a Manu leva uma vida tranquila brinca, estuda e a bomba não atrapalha em nada. A diabetes dela está bem controlada e nunca mais ela apresentou picos de glicose”, complementa.
De acordo com a endocrinologista pediatra a bomba de insulina traz grandes benefícios para a criança e sua família. “O aparelho acaba facilitando a dosagem da insulina e isso permite que a criança tenha uma rotina mais ajustada no controle da diabetes”, finaliza a especialista.
Sobre Fernanda André
Mestre em Endocrinologia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ);
• Título de Especialista em Endocrinologia Pediátrica pela Associação Médica Brasileira (AMB);
• Título de Especialista em Endocrinologia Pediátrica pela Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM);
• Título de Especialista em Pediatria pela Associação Médica Brasileira (AMB);
• Especialização em Endocrinologia Pediátrica no Instituto de Puericultura e Pediatria Martagão Gesteira (IPPMG) do Centro de Ciências da Saúde da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ);
• Residência em Pediatria no Hospital Federal Servidores do Estado;
• Preceptora dos residentes de Pediatria no Hospital Federal Cardoso Fontes.
https://www.endocrinologia-pediatrica.com/
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