A Prefeitura de Nova Iguaçu, por meio da Secretaria Municipal de Defesa Civil, lançou, na Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, no campus do município, o Plano de Emergência da cidade 2019/2020. Ele tem o objetivo de integrar, articular, coordenar e desenvolver um protocolo oficial para o governo, com vistas à otimização das ações de resposta às emergências e desastres que possam ocorrer no município, com intuito de mitigar seus efeitos, como a chuva de granizo que atingiu 20 bairros no dia 25 de outubro deste ano, deixando 7.100 famílias desalojadas e com imóveis danificados.
“O primeiro Plano foi lançado no verão de 2017 com objetivo de criar uma estratégia de articulação entre todas as agências municipais, estaduais e federais para que tenhamos uma coordenação mínima para atuação de resposta em situação de desastre”, afirmou o secretário municipal de Defesa Civil, tenente-coronel Jorge Ribeiro Lopes. “A medida que vamos fazendo mapeamentos e conhecendo mais a cidade, aperfeiçoamos o plano. Ao longo do ano, preparamos agentes e definimos a função de cada um deles em uma situação de desastre”.
Ele reforçou que, em 2020, a Defesa Civil vai continuar desenvolvendo diversos projetos, como o “Escolas Seguras”, que realiza exercícios simulados nas escolas do município, capacitando alunos e professores. Outro programa é o “Comunidades Resilientes”, que tem como objetivo orientar e preparar comunidades vulneráveis da cidade para casos de desocupação em caráter emergencial, além de capacitar voluntários. Somente este ano, 629 pessoas foram treinadas, totalizando 2.222 desde 2017.
“Ainda queremos ter mais ferramentas de aviso prévio de prevenção e aumentar o número de cadastrados no Sistema para envio de SMS de Emergência, que hoje é de 51.390. Estamos em quinto lugar no estado, atrás da capital, Niterói, São Gonçalo e Duque de Caxias”, comentou o secretário.
O Plano de Contingência é o documento que registra o estudo de um ou mais cenários de risco de desastre, como, por exemplo, deslizamentos, inundações e queimadas, e estabelece procedimentos para mobilização preventiva. Ele define o que cabe a cada órgão em um desastre natural para prestar socorro, dar assistência e aplicação de estratégias para recuperação ou reconstrução da cidade para o retorno à situação de normalidade.
O lançamento do Plano teve a participação do subsecretário dos Conselhos Municipais de Nova Iguaçu, Flávio Médici, o presidente da Companhia de Desenvolvimento de Nova Iguaçu, Paulo Cesar de Souza, da superintendente de Proteção Social Especial da Secretaria Municipal de Assistência Social, Samantha da Silva Nazareth, e do secretário municipal de Assistência Social e de Meio Ambiente, Agricultura, Desenvolvimento Econômico e Turismo, Fernando Cid, representantes da Defesa Civil Estadual, da Cruz Vermelha de Nova Iguaçu e da Universidade Rural também participaram do evento.
O conteúdo do Plano de Emergência pode ser acessado através do link: www.sistematica.info/pem2020/ni
Segundo a meteorologista da Defesa Civil, Camila de Assis, nos próximos três meses a previsão é que haverá chuvas dentro da média e não há como precisar o tamanho do granizo.
“Na ocasião da chuva de granizo, o problema foi o tamanho das pedras que caíram na cidade. Estamos no verão, uma estação com bastante calor e umidade. Há possibilidade de granizo, não podemos descartar, mas não há como prever o tamanho das pedras”, explicou Camila de Assis. “É considerada tempestade severa quando o tamanho das pedras estão acima de dois centímetros de diâmetro e, em Nova Iguaçu, foi em torno de cinco. Em dezembro há uma expectativa que chova mais que em janeiro”.
De acordo com o tenente-coronel Vilson Santos, superintendente de Proteção Comunitária da Defesa Civil, a cidade registrou 7.100 casas danificadas pela chuva de granizo. Entretanto, ninguém ficou ferido.
“É maior incidente de desastre de chuva de granizo da cidade e do país. Atingiu 20 bairros das regiões de Austin, Comendador Soares, Posse e Centro, com duração de 30 minutos. Foi um evento complexo e que exigiu uma resposta eficaz. Fizemos cadastros, distribuição de lonas, mobilização de voluntários, limpeza, vistorias e depois a distribuição de mais de 200 mil metros quadrados de telhas. Mais de sete mil famílias foram beneficiadas. Tivemos mais de 10 mil casas vistoriadas”, comentou Santos.
Ainda segundo ele, em janeiro haverá uma força tarefa da Defesa Civil, Assistência Social e Caixa Econômica Federal para atender, no Restaurante Popular de Nova Iguaçu, todos os moradores das 20 áreas atingidas pelo granizo que tenham direito a requerer o FGTS.
Deixe o seu comentário