Por: Profa. Dra. Paola Alexandria P. de Magalhães. Enfermeira e PhD em Ciências pela Universidade de São Paulo – EERP/USP, Fabiola Augusta Borges Vinhando, Letícia Costa Santos e Fernanda Piovesan Freitas, alunas curso de Enfermagem UNIFIPA
Como continuidade das matérias acerca do câncer infantil, nesta semana iremos falar sobre as leucemias.
As leucemias têm maior incidência em crianças e adolescentes. Segundo a Sociedade Brasileira de Pediatria, as formas mais agudas da doença representam 97% dos casos. Além disso, o tipo mais comuns de leucemias nas crianças e adolescentes é a linfoide aguda.
Dados da Sociedade Brasileira de Pediatria apontam que a incidência desta doença é de “3 a 4 casos para cada 100 mil crianças com menos de 15 anos de idade, sendo seu pico de prevalência na faixa etária entre 2 e 5 anos de idade”. Como principal característica há o crescimento desordenado de células não maduras (blastos), que acaba por interferir na produção de células do corpo (como os glóbulos vermelhos e os glóbulos brancos, por exemplo). Sua origem muitas vezes é desconhecida.
Estudiosos têm buscado entender como fatores ambientais e/ou genéticos podem contribuir para o surgimento desta neoplasia. Alguns fatores de risco relacionados à doença são: doses elevadas de irradiação; produtos químicos como benzeno; condições clínicas que que corroborem com instabilidade cromossômica, como a neurofibromatose.
Esta neoplasia apresenta uma rápida evolução, dessa forma, o diagnóstico precoce é primordial para que o tratamento seja eficaz. Seus principais sinais e sintomas se dão devido ao acúmulo das células blásticas na medula óssea. São eles: febre e infecções constantes, gânglios linfáticos palpáveis, fraqueza, palidez, fadiga, hematomas e sangramentos, anemia e dor óssea. Outros sintomas conhecidos, de acordo com a Sociedade Brasileira de Pediatria, são: dor abdominal (com ou sem aumento do volume abdominal); cefaleia, vômitos e/ou paralisias; aumento de volume dos testículos; aumento de volume dos rins, com mau funcionamento dos mesmos; perda de apetite e indisposição.
Um simples hemograma (exame de sangue) poderá mostrar se a criança apresenta a célula leucêmica (blastos), além de dizer sobre número de plaquetas, alteração no número de leucócitos, presença de anemia. No entanto, o diagnóstico poderá ser confirmado por meio do mielograma (exame de citogenética e imunofenotipagem, todos eles sendo disponíveis pelo Sistema Único de Saúde).
O mielograma dá a possibilidade de identificar o tipo de leucemia por meio da análise morfológica e citoquímica da célula. É importante enfatizar que tais informações são de extrema importância para o planejamento da terapêutica e tratamento adequados da criança e /ou adolescente.
O tratamento mais comum é a quimioterapia. A quimioterapia tem como objetivo a destruição das células doentes a fim de que o organismo da criança volte a produzir células sadias. O transplante de medula óssea também pode ser uma alternativa, mas isso requer indicações específicas e depende do quadro do paciente. Segundo a Sociedade Brasileira de Pediatria, ela é indicada em casos de recidivas precoces da doença ou quando os pacientes não respondem ao tratamento quimioterápico.
De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (INCA), nas últimas décadas, o tratamento do câncer infanto juvenil foi muito satisfatório, no qual cerca de 80% das crianças e adolescentes tiveram a possibilidade de serem curadas, desde que o diagnóstico tenha sido feito de forma precoce e tratados da maneira correta.
É importante ressaltar que a maioria dessas crianças terão boa qualidade de vida após o tratamento quando feito de forma adequada, sendo importante que a criança seja tratada em um centro especializado pediátrico. Esta criança e este adolescente precisarão de acompanhamento ao longo de seu desenvolvimento a fim de que tenham uma vida normal, como qualquer outra criança.
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