Doutora em finanças pela UFMG observa crescimento no número de mulheres em seu curso sobre investimentos e aponta vantagem da psiquê feminina
Sabrina Amélia é uma mineira que, apenas com 27 anos já incluía o título de Doutora em Finanças pela UFMG. Trabalhou por dois anos como professora na mesma universidade, mas faltava algo: o amor por ensinar ainda existia, no entanto, a jovem apenas se sentiu completa quando abriu um curso em que visse os alunos colocando em prática seus ensinamentos sobre investimento sem que precisassem estar na universidade. Daí, surgiu a escola Mercado Financeiro.
A trajetória profissional dela e o seu cacife de conhecimento sobre a própria área impressiona – ainda mais por ser uma mulher num ramo predominado por homens. Já vivendo nesse contexto de romper barreiras num mercado masculino, até a própria Sabrina tem se surpreendido. “Boa parte do público que procura meu curso é de mulheres, a partir dos 30 anos. A mulher carrega uma preocupação maior com o futuro, aumentou a quantidade de mulheres como chefes de família, há ainda a visão do empoderamento feminino”, avalia a especialista.
Visão feminina: vantagem para uma carteira de investimento de sucesso
De acordo com dados da B3 (Bolsa de Valores do Brasil, hoje a 5ª maior bolsa em valor de mercado do mundo) compilados pela XP Inc., em 2020, as mulheres representaram 26,2% dos 3,2 milhões de pessoas físicas cadastradas na Bolsa ao longo do ano. O destaque, segundo o relatório, fica por conta da taxa de crescimento das mulheres: 118,1% na comparação ano a ano, muito à frente da evolução de 84,3% do público masculino na B3.
Já o estudo do Boston Consulting Group (BCG), aponta que o crescimento da presença feminina nos investimentos e acumulação de capital é reflexo da maior participação das mulheres na força de trabalho e avanço na educação financeira, mas as motivações que orientam as mulheres são diferentes das que movem os homens. Na hora de investir, o público feminino busca vincular as aplicações financeiras a propósitos e valores, não apenas à rentabilidade.
Tal comportamento feminino, já notado por grandes instituições financeiras é a principal vertente para desmitificar que o pensamento de que somente quem domina o universo dos números, da exatas, pode se dar bem na Bolsa de Valores. Para Sabrina, “cuidar do dinheiro não é sobre matemática, é uma questão psicológica. Muitas contas necessárias já são automatizadas”. As pessoas sabem que têm que guardar dinheiro, infelizmente ter apenas essa consciência não é o suficiente para garantir uma reserva ou investimento rentável. “Na primeira parte dos cursos fazemos indicações de livros que trabalham com a psicologia financeira. Cuidamos da parte emocional. Há 10, 20 anos, tinha-se a mentalidade de que o investidor é uma pessoa totalmente racional e não é bem assim. O mercado evoluiu”, afirma.
A maneira de como mulheres pesam na balança quais variáveis são relevantes para escolher ações de alguma empresa, pode fazer com que elas tenham vantagem na tomada de decisões. Tanto que, o primeiro módulo do curso da especialista em finanças, o Mentalidade Financeira, não é sobre fazer contas de quanto se tem no banco para investir, mas sim quebrar tabus e paradigmas como: “investir é coisa de gente rica” ou “comprar ações te deixa rico rápido”. As decisões não podem ser tomadas no calor do momento e, por terem característica em tomar decisões com mais cautela, o público feminino tem começado a ganhar destaque no universo dos investimentos.
Ser um investidor sem depender de redes sociais
Nas redes sociais, hoje temos muitos “especialistas” de mercado financeiro, mas muitos têm um conhecimento raso. Buscar simplificar o ensino de finanças não quer dizer que o ato de investir seja simples.
“Você não precisa ser doutor no assunto para investir, mas com o meu curso você consegue ter capacitação para tanto. É o seu dinheiro e você deve ser o maior interessado em entender o que está acontecendo com ele. É preciso cautela para não ir na onda de dicas de redes sociais, apenas”, avalia Sabrina.
- O próximo lançamento do curso “Eu no Mercado Financeiro” será por meio de 5 aulas gratuitas para iniciantes, de 10 a 14 de setembro. Na sequência, uma próxima turma será formada, de 14 a 20 de setembro.
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