Nos quase primeiros 50 dias do ano, os casos de chikungunya aumentaram 114% em relação ao mesmo período do ano passado
Os números estão cada vez mais alarmantes. Os casos de febre chikungunya registrados no Estado do Rio de Janeiro em 2019 aumentaram 114% em relação ao mesmo período de 2018. De acordo com os dados fornecidos pela Secretaria de Estado de Saúde (SES), de primeiro de janeiro até a última terça-feira, dia 12/02, foram 3289 diagnósticos, contra 994 no ano passado. A doença é transmitida pelo mosquito Aedes Aegypti e tem como principais sintomas dor intensa nas juntas e febre. A SES e a Prefeitura do Rio iniciaram nesta segunda (18/02), campanhas de prevenção das doenças.
Rivaldo Venâncio da Cunha, pesquisador da Fiocruz explica que “o avanço tem duas razões principais: a primeira delas é que por ser uma doença recente, a população carioca ainda não tem anticorpos, o que leva a um número maior de pessoas suscetíveis a contrai-la. E neste período do ano há uma frequência maior de chuva e uma temperatura mais elevada, condições que aceleram o processo de reprodução biológica do mosquito Aedes Aegypti”.
Depois de um dia normal para Davi Coppe, morador de Bonsucesso, na zona norte, uma dor intensa nas articulações do joelho esquerdo seguida de uma febre a noite fez o estudante de engenharia ir ao médico e receber o diagnóstico de febre chikungunya. “Passei mais de três meses sentindo dor intensa em pelo menos uma das articulações e alguns dias com febre intensa. A minha sorte foi que as dores não permaneceram”, recorda.
O sargento da Polícia Militar do Rio (PMERJ), Tércio Prado Ferreira, morador de Belford Roxo, na Baixada Fluminense, relata o início dos sintomas e o diagnóstico da doença há mais de dois anos. Ele afirma que as dores nas juntas seguem até hoje. “Comecei a sentir dores horríveis nas articulações. Era insuportável. Cheguei a tomar injeção de corticoide para aguentar fazer tarefas simples, como levantar da cama. Hoje, continuo com dores, mas estão mais isoladas”, diz o PM que ainda se encontra em tratamento com um reumatologista.
Segundo o subsecretário de Vigilância em Saúde da Secretaria de Estado de Saúde (SES), Alexandre Chieppe, bastam ações simples e rotineiras por parte da população para o controle da doença. “Parece pouco, mas dez minutos por semana é tempo suficiente para que uma pessoa olhe todos os possíveis focos do mosquito na sua residência. A vistoria deve acontecer em caixas d’água, tonéis, vasos de plantas, calhas, garrafas, lixo e bandejas de ar condicionado. Com tais medidas de prevenção é possível evitar a proliferação do Aedes Aegypti”, instrui.
Outra forma de prevenção é o uso constante de repelentes.
Como medida de combate a doença, a Secretaria de Estado de Saúde lança a campanha Atitude Contra o Mosquito, cujo objetivo é alertar a população através das redes sociais sobre os riscos das doenças e dar dicas de como eliminar os focos do Aedes Aegypti dentro da própria casa. Já a Prefeitura do Rio inicia, também, a Semana de Combate às Arboviroses, doenças transmitidas por insetos, com atividades nas unidades de saúde de atenção primária (clínicas da família) e escolas municipais.
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