Estatísticas apresentam que a Operação, em dez anos, diminuiu em 51% o número de acidentes de trânsito no Rio de Janeiro
Na última década, a capital carioca viveu uma verdadeira epidemia de acidentes de trânsito. Em especial, a mistura entre álcool e direção intrigava as autoridades policiais e também a sociedade em geral. Aos finais de semana, os jovens costumavam empreender longas jornadas etílicas junto ao volante de seus veículos. A repetição da mistura era algo impressionante. Hoje ainda é assim, apesar da diminuição de acidentes desta natureza, e as cicatrizes dos trágicos acidentes ocorridos estão impressos em forma de santuários improvisados nas ruas da cidade e até mesmo nas estradas.
Atualmente, podemos contar com equipamentos eletrônicos capazes de flagrar excesso de velocidade e avanço de sinal espalhados no Rio, principalmente nas vias mais perigosas e movimentadas, como a Avenida das Américas e Ayrton Senna, no Barra da Tijuca e a orla da Lagoa Rodrigo de Freitas. Mesmo assim, esta medida não está sendo suficiente para erradicar as atitudes inconsequentes e letais por parte de alguns motoristas. Outras iniciativas também foram e ainda são utilizadas como medidas educativas através de campanhas – o alto rigor das normas do Código de Trânsito e a perda de pontos na carteira.
Toda essa tentativa de redução de acidentes de trânsito começou a valer em março de 2009, com a implantação da Operação Lei Seca. Nos últimos dez anos, ações conjuntas entre policiais militares e Detran, através das blitzes, sem local, dia e horários predeterminados – em vários pontos, passaram a ser parte integrante da paisagem da cidade. E ainda mais do que isso: aos poucos se foram conseguindo realizar modificações no comportamento dos motoristas, que até então, era imutável.
Hoje podemos constatar esta transformação a olhos vistos, com direito a números para confirmar a afirmação. Para a Secretaria Estadual de Governo, em dez anos, o número de óbitos em acidentes no trânsito no Estado reduziu 51%. O seguro DPVAT, em 2008, pagou 5.173 indenizações a parentes das vítimas que tiveram suas vidas ceifadas nas ruas do Rio. Em 2018, os dados mostram uma diminuição relevante no número de seguros pagos às famílias. Foram 2.547 indenizações.
Outro dado de suma importância, está no número de motoristas surpreendidos sob efeito do álcool, que reduziu cerca de 50%. Isto significa a diminuição do número de condutores que insistem em atropelar a lei.
Em fevereiro deste ano, foi anunciado pelo Estado que as blitzes da Lei Seca passariam a ocorrer também durante o dia e já existe um estudo para estender o teste para drogas como cocaína e ecstasy.
De fato, a Lei Seca vem se estendendo ao longo dos últimos dez anos como exemplo bem sucedido em ação com objetivo de modificar o comportamento criminoso no trânsito. Esta inversão se deu não somente pelos meios educativos, mas principalmente pelo rigor. Caso seja o escolhido para o teste do bafômetro, é importante lembrar que há o risco de perder a CNH, carro apreendido ou ser encaminhado para a delegacia, caso alcoolizado. E ainda terá que pagar uma multa de R$ 2,9 mil Reais.
Talvez esse seja o grande mérito da operação. Fazer cumprir o que estabelece a lei.
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