Brasil perde o status de país com erradicação do sarampo

Tal fato ocorreu após mais um caso endêmico da doença ser registrado no mês passado, no Pará, fechando, assim, um ano sem o controle da doença. O Ministério da Saúde planeja estratégias para retomar a classificação

Depois de mais um registro de sarampo endêmico notificado no Estado do Pará, no fim do mês passado, o Brasil perde o certificado de nação livre da enfermidade, conforme o Ministério da Saúde repassou à Organização Pan-Americana de Saúde (Opas) nesta terça-feira (19). O país, que havia ganho o título pela Opas em 2016, já trabalha com ideias para reaver tal selo e que durará o período de um ano. “Nosso plano consiste em encaminhar medidas importantes ao Congresso Nacional, como exigência do certificado de vacinação, não impeditiva, de ingresso na escola e no serviço militar”, disse Luiz Henrique Mandetta, Ministro da Saúde. Ele ainda salientou que reforçará o monitoramento da vacinação, por meio dos programas de integração de renda e como norma obrigatória para os trabalhadores do setor da saúde e, também, a criação de uma secretaria para checar as taxas de imunização.

O Brasil já é a terceira nacionalidade da América do Sul a perder este certificado. A primeira foi a Venezuela. Mandetta aponta a diminuição brusca dos índices de vacinação nos últimos anos como justificativa para o regresso da doença. O ministro afirmou que é necessário voltar a alcançar a média dos 95% de imunização. Os primeiros casos de sarampo começaram a ser registrados em fevereiro de 2018 e foi a partir disso que a vacinação passou a ser intensificada. Campanhas específicas foram aplicadas ainda no primeiro semestre do ano passado nos Estados onde tiveram os maiores registros da doença – Amazonas, Pará e Roraima. A campanha nacional voltada para as crianças aconteceu no mês de agosto. 

Até a última terça-feira, os casos confirmados de sarampo no país chegavam a 48, conforme foi divulgado pelo Ministério da Saúde. Desses, 28 na forma endêmica e 20 trazidos do exterior, principalmente, por imigrantes venezuelanos. O Pará foi o Estado recordista de casos endêmicos, tendo apanhado 23 deles. Os outro cinco, aconteceram no Amazonas. Ano passado, o Brasil contabilizou 10.326 laudos de sarampo, com um pico no mês de julho, quando foram notificados 3.950 casos.

Em abril, outra medida estipulada pelo Ministério da Saúde entrará em ação, que será uma campanha que estimulará a vacinação contra o sarampo em Roraima, no Pará e no Amazonas. O público-alvo serão crianças de seis meses até os cinco anos e pessoas com imunidade baixa e que são mais vulneráveis à adquiri-la. Os postos de saúde já estão disponibilizando a vacina contra a doença, que provoca infecções nas vias respiratórias, otites, diarreia e complicações neurológicas. Algumas dessas sequelas são: diminuição na capacidade de raciocínio, retardo do cresciemento, surdez e cegueira. Porém, nos laudos mais graves da patologia, ela pode causar a morte. Em 2015, foram registrados os últimos casos de sarampo no Brasil. 

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