Mais de 2,4 milhões de toneladas de plástico são descartadas de maneira incorreta e, dessas, apenas 1,28% vira material reciclado
O Fundo Mundial para a Natureza (WWF), através do relatório internacional “Solucionar a Poluição Plástica: Transparência e Responsabilização”, divulgou que o Brasil ocupa a posição de número quatro na lista dos países que mais produzem lixo no planeta. Em primeiro lugar, vem os Estados Unidos (70,8 milhões de toneladas); em segundo, a China (54,7 milhões); e em terceiro, está a Índia (19,3 milhões). A análise apontou que são 11.355.220 toneladas de resíduos descartáveis, mas somente 1,28% desses materiais são reciclados.
A instituição usou de base para o estudo mais do que somente os números da produção desse tipo de lixo nas residências, mas também do que é gerado pelas indústrias, construção civil, o lixo eletrônico e agrícola. Outro dado apontado pela pesquisa é que o brasileiro produz 1kg de lixo plástico a cada sete dias. Já de acordo com o Banco Mundial, o país também descarta de forma incorreta cerca de 2,4 milhões de toneladas de lixo. Em muitos casos, esses descartes acontecem sem tratamento e são feitos em lixões a céu aberto, no qual, em torno de 7,7 milhões de toneladas são destinadas aos aterros sanitários.
Para o diretor executivo da WWF no Brasil, Maurício Voivodic, é preciso que sejam adotadas medidas emergenciais para solucionar este grande problema, que acaba gerando transtorno em vários segmentos. “O próximo passo concreto é trabalharmos juntos, por meio de marcos legais, que convoquem para a ação os responsáveis pelo lixo gerado. Só assim haverá mudanças urgentes na cadeia de produção de tudo o que consumimos”, disse. Neste sentido, as cooperativas possuem um papel fundamental para a reciclagem de lixo.
Conforme o levantamento feito pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente, o PNUMA, a poluição pelo plástico causa um prejuízo de mais de US$ 8 bilhões na economia mundial, principalmente, nos setores do comércio, turismo, pesca e marítimo. A propósito, nos mares, são descartadas 10 milhões de toneladas de lixo plástico. Isso acaba contaminando e assassinando os animais marinhos. Porém, agora, os microplásticos também vêm sendo encontrados em seres humanos, introduzidos no organismo por meio da água e dos alimentos. Ano passado, um estudo científico apontou que 50% da população mundial possui resíduos de microplásticos armazenados no intestino. A PNUMA debaterá, na semana que vem, em Nairóbi, no Quênia, um acordo global para proibir plásticos e microplásticos nos oceanos.
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