Baixa adesão às Campanhas de Vacinação aumentam risco do ressurgimento de doenças erradicadas no Brasil

Foto: Pixabay

Associação defende ampliação de esforços para retomada dos investimentos no Programa Nacional de Imunizações (PNI)

O Programa Nacional de Imunizações (PNI) é reconhecido mundialmente pelo seu sucesso por garantir altas taxas de cobertura vacinal que contribuíram para a baixa incidência e até erradicação de diversas doenças no Brasil. Nos últimos anos, contudo, essas taxas vêm diminuindo consideravelmente[1], colocando em risco a população e fazendo com que doenças ressurjam, afetando todo o sistema de saúde e a sociedade.

Múltiplos fatores são apontados para essa tendência, como o impacto da pandemia – que forçou a interrupção do esquema vacinal de cerca de 23 milhões de crianças em todo o mundo[2],  as limitações das unidades de saúde para pleno atendimento da população, a disseminação de fake News por grupos anti-vacina e que colocam em xeque a eficácia dos imunizantes e o impacto do distanciamento social para a rotina de vacinação de bebês e crianças. Além disso, há uma baixa percepção do risco para diversas doenças, já que elas não circulam mais como antes de o PNI ser implementado. Outro fator relevante é o drástico corte do montante investido em campanhas de vacinação, que, de acordo com a Lei de Acesso à Informação, passou de R$ 97 milhões em 2017 para R$ 33 milhões, em 2021, chegando a uma redução de 66%[3].

A falta de políticas de incentivo à imunização traz prejuízos à qualidade de vida, saúde, produtividade e indicadores econômicos da população. É preciso entender qual o impacto socioeconômico da redução da cobertura vacinal para a população brasileira. Além do impacto em campanhas atuais, como o corte nos investimentos prejudica o planejamento de campanhas vacinais a longo prazo?

A Interfarma defende que a inclusão do desafio de aumentar a cobertura vacinal nos programas de governo dos candidatos aos executivos e legislativos nacional e regionais em 2022 é fundamental para garantir a sobrevivência do PNI e, consequentemente, de melhorar o acesso a saúde no Brasil. Em sua Agenda da Indústria Farmacêutica de Inovação para as Eleições de 2022, a entidade apresenta algumas propostas que podem ajudar a superar esse desafio.

[1] Data SUS, acesso em 04/08/22

[2] https://www.unicef.org/brazil/comunicados-de-imprensa/pandemia-de-covid-19-leva-a-um-grande-retrocesso-na-vacinacao-infantil

[3] https://www12.senado.leg.br/noticias/infomaterias/2022/05/vacinacao-infantil-despenca-no-pais-e-epidemias-graves-ameacam-voltar

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