A um mês do início do carnaval, diretores de prédios históricos, localizados no Centro do Rio, se reuniram no Palácio Tiradentes – sede da Assembleia Legislativa do Estado do Rio (Alerj) – para discutir medidas de segurança durante o evento, entre elas o lançamento de uma campanha de conscientização para impedir danos ao patrimônio histórico e cultural, durante a passagem dos blocos de rua nas proximidades dos monumentos.
Ao todo, quatro megablocos vão circular pelas ruas do Centro da cidade, além dos blocos menores e dos que saem no período pré-carnavalesco. Para controlar os milhares de foliões, o grupo de diretores das instituições, que compõem o Projeto Caminhos do Brasil-Memória, anunciaram que vão marcar uma reunião com a Empresa de Turismo do Município do Rio de Janeiro (RioTur), com representantes da prefeitura, da Guarda Municipal e da Polícia Militar ainda para esta semana.
“Temos que tornar o centro da cidade uma área segura, principalmente nesse período, e queremos saber como a prefeitura está se planejando para isso. É preciso pensar na colocação de tapumes em todos os prédios históricos e em medidas de contingenciamento. Queremos também firmar um acordo com essas instituições para que eles deem uma segurança maior para esses espaços históricos. Somos a favor do carnaval, mas precisamos ficar atentos a degradação do patrimônio público”, afirmou o subdiretor de Cultura da Alerj, Nelson Freitas.
No início de janeiro deste ano, o Palácio Tiradentes foi pichado após o cortejo de mais de dez blocos, que levou às ruas cerca de 50 mil foliões. O diretor de cultura da Casa lembrou que essa não foi a primeira vez que o prédio foi degradado. No ano passado, durante o Bloco das Poderosas, comandando pela cantora Anitta, a sede do Parlamento Fluminense também foi pichada. “Esse ano, além das pichações, todos os nossos banners foram rasgados. Por isso, a necessidade com urgência dessa reunião e de medidas que precisam ser tomadas. Isso não pode acontecer ano a ano”, alertou Nelson.
Exemplo a seguir
Os fatos despertaram no grupo de gestores a necessidade de pensar um plano de segurança para a região como é aplicado nesse período em cidades como Olinda, no Recife. “O carnaval de Recife é emblemático, existe há muitas décadas, assim como o Rio, e nós temos que aprender com eles. Precisamos exigir uma infra-estrutura melhor, com banheiros químicos decentes, com instalações para comer, descansar e se trocar, isso deveria acontecer no Rio. O centro histórico não é deteriorado com as festas que lá acontecem e isso deveria acontecer aqui”, pontuou a diretora do Centro Cultural do Patrimônio Paço Imperial, Claudia Saldanha.
Caminhos do Brasil-Memória
Os prédios históricos que fazem parte do projeto Caminhos do Brasil-Memória são: Palácio Tiradentes, Espaço Cultural da Marinha, Museu Histórico Nacional, Museu Naval. Museu da Justiça, Museu da Imagem e do Som, Instituto Histórico-Cultural da Força Aérea (Incaer),Paço Imperial, Igreja Irmandade Santa Cruz dos Militares, Casa França Brasil, Centro Cultural do Banco do Brasil (CCBB) e Centro Cultural dos Correios.
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