Agosto Dourado incentiva amamentação e especialista tranquiliza: “Mães com Covid – 19 devem continuar o aleitamento”

Iniciativa fornece anticorpos para o bebê e fortalece seu sistema imunológico O mês de agosto é mundialmente conhecido por simbolizar a luta pelo incentivo à amamentação. A iniciativa foi batizada como “Agosto Dourado” – a cor dourada está relacionada ao padrão ouro de qualidade do leite materno. Durante a pandemia Covid 19, essa mobilização ganha ainda mais sentido: milhões de mães mundo afora ainda questionam a amamentação em caso de infecção pelo vírus.  

– “A mãe deve amamentar. Porque o vírus não passa através do aleitamento, mas ela sim pode passar anticorpos que protegem o bebê. Então não tem contra indicação, muito pelo contrário, a mãe ajuda na proteção de seu bebê, amamentá-lo vai na verdade protegê-lo e não prejudicá-lo” – conta o ginecologista Paulo Gallo, diretor médico do Vida Centro de Fertilidade e presidente da SBRH (Sociedade Brasileira de Reprodução Humana). Os benefícios do leite materno são interminaveis: é o único alimento completo, com todos os nutrientes necessários para todas as fases do bebê.

Transmite anticorpos, protege de alergias, doenças respiratórias, além dos benefícios para a mãe: diminui a chance de desenvolvimento do câncer de mama e ovário, além de fortalecer os vínculo afetivo entre mãe e bebê. A OMS (Organização Mundial da Saúde) aconselha a amamentação de forma exclusiva por 6 meses sem a necessidade de qualquer tipo de complemento (água, chá ou outros alimentos), e a manutenção com complemento por dois anos ou mais. 

O especialista esclareceu as dúvidas mais frequente sobre o tema: Qual a importância do mês de conscientização do aleitamento materno?É de extrema importância, porque através da amamentação exclusiva, principalmente nos 6 primeiros meses do recém-nascido, a mãe consegue não só passar nutrientes necessários para o desenvolvimento do bebê, como reforçar seu sistema imunológico, que ainda não está completamente maduro. A amamentação é fundamental, diminuindo riscos de doenças (principalmente respiratórias), e aumentando a saúde desse bebê, não só durante a infância mas durante toda a sua vida.  

Ainda existe resistência ao aleitamento?Felizmente diminuiu muito na última década. Principalmente nas décadas de 70 e 80, com a chegada dos leites industrializados para o bebê, e com a entrada da mulher no mercado de trabalho, mais ativa profissionalmente, muitas deixaram de dar importância ao aleitamento materno. Mas, posteriormente a isso, muitos estudos comprovaram a eficácia da amamentação, e hoje vemos muito menos resistência do que víamos há 20 anos atrás As mulheres voltaram a programar a gravidez para os mesmos patamares de antes da pandemia?Em 2020, principalmente no período de abril até agosto, houve uma diminuição muito grande das pacientes que queriam engravidar, devido a pandemia.

Porém, com o prolongamento dessa pandemia, as mulheres voltaram a programar suas gestações, até porque nós sabemos que as chances de engravidar tem uma relação direta com a idade da mulher. Muitas com idades acima dos 35 ou 40 anos não poderiam esperar o fim da pandemia para pensar em engravidar. É comprovado a transmissão de anticorpos pelo aleitamento materno?Sim, já tem estudos que comprovam, inclusive os anticorpos obtidos por vacinas, não só a de Covid, mas de outras vacinas, que passam através do leite materno para a criança. 

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