Por: Dra. Paola Alexandria Magalhães / PhD em Ciências Programa Pós-graduação Enfermagem em Saúde Pública – USP
Estamos no mês de março, mês este que comemora-se o Dia Internacional da Mulher (8 de março) – e também mês escolhido para falar sobre a importância do combate ao câncer de colo de útero, “Março Lilás”. É importante abordarmos o assunto sobre a saúde da mulher, pois isso desperta a atenção para a qualidade de vida da mesma, visto a grande importância que a mulher desempenha na nossa sociedade.
Despertar a atenção à sua saúde, física, mental e espiritual é fundamental. O gênero feminino é hoje uma das maiores forças de trabalho, gerando crescimento econômico para o país, além disso, muitas delas são chefes de família e desempenham múltiplos papéis. Muitas mulheres encontram-se em situações de vulnerabilidade por questões salariais, em profissões muitas vezes menos valorizadas, sofrem violência “doméstica, física, sexual, psicológica, econômica, além da negligência e abandono”, e são negligenciadas diante dos cenários políticos (Ministério da Saúde, 2019). Além disso, elas vivem dupla e tripla jornada de trabalho.
Assim, é dever social, incentivar a mulher a buscar qualidade de vida e manutenção de sua saúde. Segundo o Departamento de Ações Programáticas Estratégias do Ministério da Saúde, é necessário que as mesmas sejam incentivadas a mostrarem-se vigilantes sobre “a própria saúde, identificando hábitos nocivos, sintomas físicos e psíquicos, e aderindo a hábitos saudáveis” (Ministério da Saúde, 2019).
O Ministério da Saúde, instituiu em 2019 os “10 cuidados primordiais para a saúde da mulher”. Dentre eles estão manter a alimentação saudável, ou seja, a alimentação deve ser balanceada desde os primórdios da vida; cuidar da saúde mental (os índices de depressão são maiores entre as mulheres devido à causas multifatoriais), sendo importante identificar os primeiros sintomas psíquicos e buscar ajuda profissional; abordar a sexualidade, visto que a mesma aborda aspectos que envolvem “prazer, desejo, ternura, amor”, autoaceitação e vida sexual; conhecer o próprio corpo (transpondo barreiras que impedem esse exercício como os tabus, preconceitos e valores sociais); realizar exames de rastreamento, tanto do câncer de mama por meio da mamografia (recomendada para as mulheres de 50 a 69 anos a cada dois anos) e do exame clínico das mamas a cada ano. Como também do câncer de colo de útero (por meio do exame Papanicolau, para rastreio do câncer de colo de útero, que deve ser aos 25 anos de idade para as mulheres com início de atividade sexual); proteção contra Infecções Sexualmente transmissíveis; fazer escolhas conscientes do uso de métodos contraceptivos; buscar ajuda em caso de todos os tipos de violências; atentar-se para práticas saudáveis durante o ciclo menstrual e no climatério e menopausa (com foco no bem-estar); planejar e vivenciar a gestação de modo saudável, com ênfase no planejamento reprodutivo, acompanhamento pré-natal, e acesso à educação em saúde.
Tais cuidados vêm de encontro à necessidade constante de voltar o olhar à saúde da mulher, para que a mesma conheça seus direitos, tenha autonomia sobre seu corpo e suas escolhas. Abordar essa temática, desperta a nós mulheres sobre a nossa importância conosco mesmas diante da nossa qualidade de vida e papel na sociedade.
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