Paciente oncológica consegue engravidar após câncer de mama

O câncer de mama é uma das doenças malignas que mais acometem mulheres ao redor do mundo. Além de todo o sofrimento nesse período, ele pode trazer diversas consequências após o tratamento, sendo um desses problemas a dificuldade de engravidar. Estudos afirmam que a quimioterapia pode levar à redução da reserva de óvulos da mulher, ocasionando a menopausa precoce, a insuficiência ovariana e, consequentemente, a dificuldade de ter filhos após o tratamento.

Entretanto, existem casos de pacientes que conseguem realizar o sonho de ser mãe sem riscos ao bebê ou da doença voltar, como aconteceu com Lucelena Matos, de 32 anos, moradora de Niterói e uma das centenas de pacientes do Espaço Rosa que lutaram contra a doença.
“Descobri meu câncer com 27 anos, no final do ano de 2014 para 2015, quando senti um caroço na minha mama direita. Fui ao ginecologista e ele me passou uma ultrassonografia de mama. Constatado um nódulo, fiz todos outros exames.

Quando fui diagnosticada com o câncer de mama, ele já estava em estado avançado, tive que correr com o tratamento, quimioterapia e radioterapia. Tive que fazer a mastectomia total. Tudo foi um susto muito grande, a sensação que tive foi de morte, mas graças a meus familiares e amigos tudo deu certo.

No início eu não queria aceitar, mas sempre pensando nos meus dois filhos que tive antes de ficar doente, eu não desisti. Essa gravidez veio de repente e por negligência, mas acredito que tudo tem um propósito e Deus sabe de todas as coisas. Hoje estou com 39 semanas e com um dos meus maiores milagres e presentes que poderia receber depois de toda essa luta e vitória.

Escolhi a Patrícia Silva para ser a madrinha do meu filho por ser um anjo que me ajudou em toda essa luta”, declara Lucelena.
Apenas em 2019, foram estimados cerca de 59.700 casos novos de câncer de mama no país, o que representa uma taxa de incidência de 51,29 casos por 100 mil mulheres. Esses dados comprovam que esse tipo de câncer é o segundo que mais atinge mulheres brasileiras.

No Espaço Rosa, unidade municipal gonçalense destinada à saúde da mulher, cerca de 15 pessoas recebem o diagnóstico de câncer, semanalmente, após o resultado da biópsia. Somente nos últimos meses, mais de 500 mulheres passaram pela unidade para realizar o tratamento. A partir disso, a coordenadora da unidade, Patrícia Silva, promove diversas ações de solidariedade, conscientização, autoestima e apoio psicológico para centenas de portadores da doença.

“É necessário que as mulheres fiquem atentas em relação à saúde para assim perceberem qualquer modificação no seu corpo. Alterações consideradas suspeitas não devem ser ignoradas. Essa fase é muito difícil para nós mulheres, porque descobrir que temos uma doença grave não é fácil, ainda mais que vai afetar muito nosso cotidiano. Acompanho cada paciente e a autoestima vai lá embaixo. Portanto, faço sempre atividades de forma que animem minhas pacientes. Quando uma mulher fica doente, toda a família adoece. Deve-se acolher esta mulher com carinho, respeito e apoio. Meu objetivo é mostrar que esse sofrimento é passageiro e se tornarão ainda mais bonitas depois dele. O caso da Lucelena é um exemplo de superação e felicidade que uma doença não foi capaz de ultrapassar”, explica Patrícia.

Lucelena ainda complementa que a vida não para após o câncer e que muitas coisas maravilhosas podem surgir após esse período. “Ainda não recebi alta, porque só temos após 5 anos da doença. O meu caso mostra que todas as mulheres podem ser vítimas de câncer de mama. Então, todas devemos realizar exames periódicos, seja qual for sua idade, e que se for diagnosticada, não percam a esperança de recuperação, pois o câncer tem tratamento e sua vida será ainda melhor após ele”, finaliza.

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