“A luta do paciente com lúpus não é fácil. É preciso estarmos unidos para lutarmos por um serviço de saúde com qualidade, por leis que garantam e cumpram com os nossos direitos, e pela intersetorialidade, para que haja a integração de todas instituições, movimentos sociais e órgãos governamentais na busca pela efetivação de políticas públicas”, afirmou
Karla Barcellos, ativista na luta pela consciência do lúpus e doenças autoimunes, durante a 79ª Reunião da Rede Mulher, que aconteceu nesta sexta-feira (30), no Ministério Público de São Gonçalo, em Santa Catarina.
Com o tema “Lúpus e doenças autoimunes”, o evento realizado pela Secretaria de Políticas Públicas para o Idoso, Mulher e Pessoa com Deficiência, através da Subsecretaria da Mulher, reuniu profissionais das áreas da assistência, saúde, educação, movimentos sociais, além de pessoas com lúpus e seus familiares que aproveitaram o debate para buscar informações e formas de tratamento da doença, como foi o caso de Luíz Carlos Miranda, que há dois meses descobriu que sua esposa tem lúpus. O morador do Galo Branco se emocionou em vários momentos da palestra conduzida por Karla.
“Estar presente neste evento foi vital para mim. Desde que minha esposa foi diagnosticada com lúpus, vínhamos sofrendo muito com a falta de informações sobre o tratamento. Eu pensava que essa doença era contagiosa, já estávamos pensando em nos mudarmos para um sítio por causa dos nossos filhos e netos, para que eles não corressem o risco de serem contagiados. E essa palestra da Karla foi transformadora e muito esclarecedora para nós, sem contar que conhecemos várias pessoas com a mesma doença e vamos manter contato para juntos seguirmos fortes pela luta que essas pessoas enfrentam”, disse Luíz Carlos.
O lúpus é uma doença inflamatória, de origem autoimune, não contagiosa e que atinge milhares de pessoas pelo mundo, sendo a maioria mulheres. Estima-se que no Brasil cerca de 65 mil pessoas têm lúpus, de acordo com dados da Sociedade Brasileira de Reumatologia. Em São Gonçalo, a rede municipal de saúde disponibiliza o tratamento básico e o acompanhamento para os pacientes com a doença, através da Unidade de Saúde da Família (USF) e do Núcleo de Apoio à Saúde da Família (NASF). O primeiro passo para o atendimento é procurar o posto de saúde ou o polo sanitário mais próximo da residência. Quando o lúpus já estiver diagnosticado, a unidade básica irá realizar a referência para o atendimento especializado.
Por se tratar de uma doença de difícil diagnóstico, que deixa muitas dúvidas tanto nos pacientes, quanto nos familiares e pessoas que convivem com os lúpicos, a subsecretária de Políticas Públicas para Mulher, Andréa Machado, sugeriu a criação de um fórum para aprofundar as questões sobre o lúpus.
“Falar sobre o lúpus junto à população Gonçalense foi muito importante, uma vez que a doença atinge ambos os sexos e muitos não sabem que estão com uma doença crônica, que deixa a pessoa com a autoestima baixa e sem saber como agir diante do diagnóstico. Agradeço a Karla Barcellos que somou muito com o seu diálogo aprimorado sobre o tema. Aprendi muito com essa palestra e o conhecimento é essencial para, assim, podermos estar ajudando as pessoas que precisam do nosso cuidado e acolhimento. E vamos criar um Fórum para continuar levando mais informações sobre a doença para a população”, concluiu Andréa.
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