Seis milicianos são presos pela polícia no Rio

Foto: Edivaldo Dondossola

Seis suspeitos foram detidos, entre eles, um ex-PM cuja renda aumentou quase 500% em menos de 4 anos

O Ministério Público do Rio e o Departamento Geral de Combate à Corrupção ao Crime Organizado a à Lavagem de Dinheiro (DGCOR-LD) da Polícia Civil, realizaram em conjunto uma ação, prendendo seis suspeitos por movimentar dinheiro da maior milícia do estado. Entre os milicianos detidos, está o PM reformado Clayton da Silva Novaes, que de acordo com as investigações, tem seu patrimônio multiplicado em quase 500% desde 2015.

Incorporado no Comando de Polícia Ambiental (CPAM), a suspeita é de que o policial possa ter usado a corporação para facilitar licenças ambientais para a empresa Macla Incorporações – da qual ele faz parte da sociedade junto com os milicianos Wellington da Silva Braga – o Ecko – líder da milícia, e Luiz Antonio da Silva Braga, o Zinho. Ambos são alvos da operação, mas estão foragidos.

São os denunciados na operação: Carla dos Santos Alves da Silva, presa; Clayton da Silva Novaes, PM reformado, preso; Fabiana Castilho Alves Duque, presa; Jenadir Senna Gonçalves, preso; Luís Antônio da Silva Braga, o Zinho, foragido; Márcio Jacob Hessel, preso; Sidnei Coutinho Perrut, preso.

A empresa de Clayton Novaes, criada em 2014, de terraplanagem, pavimentação e drenagem moveu R$ 41 milhões e teria facilitado a lavagem de dinheiro do grupo paramilitar ‘Liga da Justiça’, segundo a Polícia Civil. Clayton ingressou na PM no ano de 2012 e deixou a corporação em 2015, por motivo de saúde. No momento da prisão, o ex-policial estava em casa, no bairro Lajes, em Paracambi, na Região Metropolitana do Estado.

Zinho e os demais integrantes presos, compõem o braço financeiro da quadrilha. A operação também concluiu 10 mandados de busca e apreensão, além de ter conseguido através da Justiça os bloqueios de contas. Além de Paracambi, os mandados também foram cumpridos em endereços ligados à milícia na Zona Oeste do Rio.

No mês de abril, a Polícia Civil capturou R$ 5 milhões da quadrilha. Na época, cinco imóveis situados na Zona Oeste e na Baixada Fluminense, incluindo uma casa de classe média alta com piscina e churrasqueira, joias e nove carros com valores entre R$80 mil e R$ 160 mil foram penhorados.

De acordo com a delegada e chefe do DGCOR-LD, Patrícia Alemany, os milicianos abriram diversas empresas de incorporação e exploração de areia e saibro na Baixada para “lavar” o dinheiro do grupo paramilitar. Há também o envolvimento destes em mortes de integrantes de empresas concorrentes em municípios da região.

Além da Macla Comércio e Extração de Saibro, outras empresas também estão sob a mira de investigação, como a Hessel Locação e Incorporações, responsável por realizar movimentações de valores da Macla diretamente para a conta de Zinho, Senna Terraplanagem, tendo como dono, Jenadir de Senna Gonçalves, pai de Renata Simões Gonçalves, ex-esposa de Zinho, que se matou em março, e jardim das Acácias Mineração, cujo nome é o mesmo de um bairro localizado em Seropédica e é foco de vários areais explorados pelo grupo.

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