Imunizante contra os genótipos mais cancerígenos tem impacto importante ao evitar que infecção ocorra
O Grupo Fleury, detentor da Clínica Felippe Mattoso, Labs a+ e LAFE no Rio de Janeiro, acaba de colocar em rotina o novo imunizante contra o HPV (sigla em inglês para papilomavírus humano). A vacina oferece cerca de 90% de proteção contra nove genótipos do vírus – a anterior contava com apenas quatro subtipos e 75% de proteção.
O HPV é um vírus que infecta pele ou mucosas (oral, genital ou anal) e está relacionado ao câncer de colo de útero, pênis, vulva, vagina, canal anal e orofaringe. No Brasil, o câncer de colo de útero é o terceiro câncer mais comum entre as mulheres e, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), o HPV é responsável por 95% desses casos.
O que muda na vacina quadrivalente para a nonavalente?
Existem mais de 100 genótipos de HPV identificados, categorizados como de baixo risco para induzir câncer ou alto risco para oncogênese. A vacina quadrivalente (HPV4) oferece proteção contra quatro deles (6, 11, 16 e 18), enquanto a nonavalente (HPV9) conta com mais 5 outros tipos (31, 33, 45, 52 e 58). Esses genótipos adicionais incorporados à nova vacina aumentam a proteção contra os vírus de alto risco para oncogênese de 75% para 90%.
Quem deve tomar a vacina contra HPV?
A vacina nonavalente é indicada para meninas, meninos, mulheres e homens com idades entre 9 e 45 anos, com número de doses administradas conforme idade e presença de comorbidades específicas. Para quem já recebeu o esquema completo ou incompleto da HPV4 ou da bivalente (hoje indisponível no Brasil), recomenda-se a revacinação com a HPV9 para que se obtenha proteção adequada contra os cinco genótipos adicionais.
“As vacinas contra o HPV foram desenvolvidas visando essencialmente a proteção das mulheres contra o câncer cervical. Entretanto, considerando-se que o vírus também causa doenças potencialmente graves e mutilantes na população masculina e que este grupo tem papel primordial no ciclo de transmissão do vírus, a igualdade de gêneros é essencial para alcançar o benefício máximo da imunização”, explica o Dr. Daniel Jarovsky, pediatra, infectologista e consultor médico em imunizações do Grupo Fleury.
Como o vírus HPV é transmitido?
As infecções por HPV são transmitidas sexualmente por contato epitelial direto (pele ou mucosa) ou, raramente, pela exposição ao vírus no trato genital materno com lesões pelo HPV durante trabalho de parto.
“Para meninos e homens, a vacinação contra o vírus do HPV é importante porque evita cânceres como o de orofaringe e pênis. Além disso, impede que eles transmitam o vírus para as meninas e mulheres, por ser uma enfermidade sexualmente transmissível”, ressalta Dra. Priscila Osorio, imunologista da Felippe Mattoso, Labs a+ e LAFE.
Como prevenir?
O HPV é uma infecção sexualmente transmissível que ocorre no contato entre a pele e não depende da ejaculação. Por isso, o recomendado é utilizar preservativos durantes as relações sexuais. Mesmo assim, a forma mais eficaz de prevenir o vírus é a vacinação, principalmente se realizada antes do início da vida sexual – quando ainda não ocorreu o contato com o vírus.
“Uma das principais formas de prevenir a infecção é pela vacinação. O imunizante é eficaz e seguro, fornecendo proteção contra os principais subtipos de alto risco e contra verrugas anogenitais”, informa a Dra. Priscilla.
Estimam-se aproximadamente 10 milhões de pessoas infectadas pelo HPV no Brasil. Nesse caso, a imunização é necessária para quebrar a cadeia de transmissão do vírus. “Nem sempre essas infecções levam ao câncer, mas praticamente 100% dos casos de câncer de colo uterino são causados pelo HPV. Essas graves complicações poderiam ser facilmente evitadas com a maior adesão às vacinas”, conclui o Dr. Jarovsky.
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