Cresce em 69% os casos de chikungunya no Rio

Foto: Divulgação

Estado registra mais de 42 mil laudos confirmados da doença e Secretaria da Saúde ressalta que o Governo Federal não está repassando o inseticida usado para combater o mosquito transmissor

Nos primeiros seis meses de 2019, foram notificados cerca de 42 mil casos de chikungunya no Estado do Rio de Janeiro. Esse número é 69% maior do que a taxa registrada em 2018, no mesmo espaço de tempo. O aumento nos laudos da enfermidade está acontecendo bem no momento em que o Estado enfrenta a falta de repasse do inseticida utilizado nos “carros fumacê” para combater o mosquito Aedes aegypti, causador da chikungunya, zica e da dengue. Essa escassez do material foi confirmada por Mário Sérgio Ribeiro, Superintendente de Vigilância Sanitária da Secretaria de Estado de Saúde (SES), na segunda (10/06). 

A Secretaria Estadual de Saúde do RJ disse que o produto está em baixa porque o Governo Federal não está repassando o inseticida por um erro do Ministério da Saúde, responsável pela escolha e distribuição do material. Segundo a Secretaria, a compra do produto feita em 2016 não tinha a fórmula ideal para ser utilizada na máquina de fumaça e estava entupindo o equipamento. O Ministério da Saúde confirmou a declaração e disse que o lote com defeito teria 300 mil litros de inseticida. A Secretaria ainda afirmou que o atraso no repasse do produto estaria acontecendo porque o Ministério vem revalidando o lote antes mesmo de decidir por novas compras.

A estrutura de saúde no Brasil assegura que a União compre o inseticida e o forneça para os Estados, que, por sua vez, são responsáveis por distribuir o produto para seus respectivos municípios e estes operam os carros fumacê. Em cidades muito pequenas do interior, o Estado também fornece o carro de dedetização para a prefeitura. Porém, o Governo do Estado do Rio e o Ministério da Saúde reforçam que o fumacê é a última alternativa para combater o Aedes aegypti. Tal medida é utilizada apenas em locais onde as doenças já se apresentam em forma epidêmica, pois a fumaça só é eficaz contra mosquitos adultos. As larvas encontradas em água parada acabam não morrendo com o inseticida. 

A pasta afirmou que, em 2016, através da Organização Pan-americana da Saúde (Opas), foram comprados 1,65 milhão de litros do inseticida Malathion do Laboratório Bayer, com o intuito de distribuir para os Estados brasileiros. Só que, devido ao empedramento e cristalização do produto, o Ministério suspendeu a entrega e pagamento de 699 mil litros em 2017, como declarou em nota. A União disse também que, por causa desses problemas, solicitou a reposição de aproximadamente 400 mil litros do inseticida. A empresa  já teria recolhido 105 mil litros, e esses serão lançados para os Estados ainda este mês. 

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