Professor do curso de Engenharia Civil da Anhanguera explica como tratar problemas de construções finalizadas
Identificar sinais de patologias construtivas, ou seja, problemas que ocorrem na estrutura de uma residência, e pode provocar frustrações em moradores que tinham o sonho da casa própria. Estudos apontam que essa situação é comum entre os brasileiros: no Relatório de Avaliação do Programa Minha Casa Minha Vida, publicado pelo Governo Federal em 2020, uma amostra com empreendimentos de 20 estados do País indicou que quase 50% dos imóveis apresentavam algum tipo de deficiência, como trincas, fissuras, infiltrações e vazamentos.
Como explica o professor do curso de Engenharia Civil da Centro Universitário da Anhanguera, Amaury Figueira, essas manifestações patológicas são definidas pela NBR 15575 (norma de desempenho de edificações habitacionais) e devem ser analisadas por um profissional qualificado. “É comum que ocorra imprevistos sendo algum deles por questões naturais e por vezes atrelado ao processo executivo inadequado, falha na gestão dos materiais ou por falhas no plano de construção, mas lembrando que somente um especialista irá determinar o tratamento com maior eficiência”, afirma.
Dentre os fatores principais que contribuem para esses problemas nas construções estão a má execução de projetos, com pouco estudo e materiais de baixa qualidade, e o envelhecimento natural da obra, que está exposta a reações químicas como a variação de temperatura, erosão e corrosões causadas pela água da chuva, além de vibrações vindas de ruas e estradas. O engenheiro pontua as três patologias mais comuns e possíveis soluções:
Infiltrações. Umidade em excesso pode estragar a estrutura de construções e provocar manchas e a proliferação de mofos e fungos nas paredes. As causas podem estar relacionadas ao encanamento ou em irregularidades nos telhados. Uma medida básica para evitar esse transtorno é investir na impermeabilização, no isolamento e em aberturas de ventilação na residência.
Rachaduras. Trincas e fissuras são diferenciadas pelo tamanho da espessura e podem evoluir para rachaduras em paredes, com espaços maiores do que 3 mm e fácil passagem de luz. A manifestação representa risco grave para a segurança dos moradores e deve ser analisada por um profissional, que deverá preencher o vão e adotar técnicas como aplicação de telas de poliéster ou aplicar reboco e massa corrida.
Deterioração e retração do concreto. A deterioração ocorre quando blocos se desprendem da estrutura, por conta de colisões, vibrações ou perda do potencial do cimento. A retração acontece quando há redução do volume de água que estava presente no concreto, de forma lenta e gradual. Essas patologias podem ser evitadas por meio de sinalizações, para evitar choques diretos, e cuidados com a superfície da casa para a proteção contra temperaturas altas e ventos fortes.
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