Rio tem maior índice de chuva em 22 anos e deixa 10 óbitos, bairros submersos e destruições

Das dez mortes confirmadas, sete aconteceram na Zona Sul. As outras três foram na Zona Oeste. A cidade ainda está em estágio de crise

A tempestade que começou na noite de segunda-feira (8), continua na manhã desta quarta-feira (10) e já deixou pelo menos dez mortos na capital carioca. Sete vítimas perderam suas vidas na Zona Sul, entre elas uma avó e sua neta, junto com um taxista na tentativa de fugir da tempestade e três na Zona Oeste, sendo dois em Santa Cruz e outro no Jardim Maravilha.

A chuva no Rio chegou a 323 milímetros, e de acordo com o Centro de Monitoramento e Alerta de Desastres Naturais (Cemaden). Só no Jardim Botânico, na Zona Sul, uma das áreas mais atingidas, a precipitação em 48 horas foi mais do que o dobro previsto para todo o mês.

Especialistas do Cemaden confirmaram que a chuva é atípica, mas apontam a falta de preparo da cidade para enfrentar tempestades. Houve registro de bueiros entupidos de lixo, sistemas de drenagem de água obsoletos e a demora das autoridades para emitir alertas e deslocar equipes de socorro. A CPI das Enchentes, da Câmara, informou que vai convocar o prefeito Marcelo Crivella (PRB) a dar explicações.

Na última terça-feira (9), o prefeito admitiu que vai rever os protocolos para atendimento da população em caso de enchentes, além de revisar o índice pluviométrico mínimo para o acionamento das sirenes de alerta em comunidades vulneráveis. E prometeu ter mais agilidade na mobilização de equipes de socorro.

“Já era uma coisa que tínhamos visto anteriormente e infelizmente não fomos prudente para fazer agora, mas o faremos da próxima vez”, afirmou Crivella 12 horas após o início da tempestade. “Teremos de ter reboques, equipamentos, pessoal da conservação, da guarda, da CET Rio, da Comlurb esperando previamente nos locais”.

Deslizamento de terra no Morro da Babilônia / José Lucena

O prefeito reconheceu que houve demora no atendimento à população. Mas também culpou o excesso de chuva, o horário da tempestade, a falta de investimento “histórica” na cidade, além de reclamar da suposta falta de ajuda de ajuda do Governo Federal. “Nossas parcerias com o Governo Federal, neste primeiro ano de Bolsonaro, praticamente pararam”, relatou.

Estão entre os dez mortos:

– Lúcia Neves;

– Júlia Neves;

– Marcelo Tavares Marcelino;

– Um homem não identificado entre 30 e 35 anos, no Jardim Maravilha;

– Guilherme Fontes;

– Doralice do Nascimento;

– Gerlaine do Nascimento;

– Gilson Cesar Cerqueira dos Santos;

– Leandro Ramos Pereira;

– Reginaldo Exidro da Silva.

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