Das dez mortes confirmadas, sete aconteceram na Zona Sul. As outras três foram na Zona Oeste. A cidade ainda está em estágio de crise
A tempestade que começou na noite de segunda-feira (8), continua na manhã desta quarta-feira (10) e já deixou pelo menos dez mortos na capital carioca. Sete vítimas perderam suas vidas na Zona Sul, entre elas uma avó e sua neta, junto com um taxista na tentativa de fugir da tempestade e três na Zona Oeste, sendo dois em Santa Cruz e outro no Jardim Maravilha.
A chuva no Rio chegou a 323 milímetros, e de acordo com o Centro de Monitoramento e Alerta de Desastres Naturais (Cemaden). Só no Jardim Botânico, na Zona Sul, uma das áreas mais atingidas, a precipitação em 48 horas foi mais do que o dobro previsto para todo o mês.
Especialistas do Cemaden confirmaram que a chuva é atípica, mas apontam a falta de preparo da cidade para enfrentar tempestades. Houve registro de bueiros entupidos de lixo, sistemas de drenagem de água obsoletos e a demora das autoridades para emitir alertas e deslocar equipes de socorro. A CPI das Enchentes, da Câmara, informou que vai convocar o prefeito Marcelo Crivella (PRB) a dar explicações.
Na última terça-feira (9), o prefeito admitiu que vai rever os protocolos para atendimento da população em caso de enchentes, além de revisar o índice pluviométrico mínimo para o acionamento das sirenes de alerta em comunidades vulneráveis. E prometeu ter mais agilidade na mobilização de equipes de socorro.
“Já era uma coisa que tínhamos visto anteriormente e infelizmente não fomos prudente para fazer agora, mas o faremos da próxima vez”, afirmou Crivella 12 horas após o início da tempestade. “Teremos de ter reboques, equipamentos, pessoal da conservação, da guarda, da CET Rio, da Comlurb esperando previamente nos locais”.
O prefeito reconheceu que houve demora no atendimento à população. Mas também culpou o excesso de chuva, o horário da tempestade, a falta de investimento “histórica” na cidade, além de reclamar da suposta falta de ajuda de ajuda do Governo Federal. “Nossas parcerias com o Governo Federal, neste primeiro ano de Bolsonaro, praticamente pararam”, relatou.
Estão entre os dez mortos:
– Lúcia Neves;
– Júlia Neves;
– Marcelo Tavares Marcelino;
– Um homem não identificado entre 30 e 35 anos, no Jardim Maravilha;
– Guilherme Fontes;
– Doralice do Nascimento;
– Gerlaine do Nascimento;
– Gilson Cesar Cerqueira dos Santos;
– Leandro Ramos Pereira;
– Reginaldo Exidro da Silva.
Deixe o seu comentário