As águas do Rio de Janeiro recebem a partir de sábado, 06 de novembro, o Veleiro ECO da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), primeiro veleiro de expedições científicas oceanográficas do Brasil.
No Rio, o Veleiro participa de um dos eventos do AtlantECO, projeto internacional financiado pelo Programa H2020 da União Europeia. Desenvolvido em parceria com 36 instituições de 13 países da Europa, Brasil e África do Sul, o AtlantECO tem por finalidade a pesquisa sobre o microbioma do Atlântico, os impactos das mudanças climáticas e da poluição no oceano.
“Os resultados das pesquisas ajudarão a prever a migração de espécies, a capacidade do oceano de capturar e armazenar dióxido de carbono (CO2) atmosférico, transporte e riscos de poluentes, como plásticos e nutrientes, e o equilíbrio entre a saúde do ecossistema e as atividades humanas”, destaca a coordenadora do Projeto AtlantECO na UFSC, Andrea Santarosa Freire.
Além do mar, o projeto prevê eventos em terra voltados para promover a conscientização ambiental. Essas ações, chamadas de Port Calls, estão previstas em várias cidades da costa brasileira, europeia e africana. Incluindo o Rio de Janeiro que recebe a programação de 04 a 11 de novembro, no Museu do Amanhã e na Marina da Glória.
Além do Veleiro ECO, o navio laboratório Tara, da fundação francesa Tara Océan, também estará atracado no Rio de Janeiro. Este será o primeiro encontro das duas embarcações. O projeto francês serviu de referência para a criação do ECO, primeiro veleiro de expedições científicas oceanográficas do país, construído por uma universidade brasileira, a UFSC.
No Rio, o Veleiro ECO estará aberto para visitação, e em parceria com o Tara, a tripulação e a equipe de pesquisadores irão realizar eventos como conferências e oficinas.
Pesquisa sobre a poluição
Durante a expedição, a poluição dos oceanos por microplásticos é o principal foco de pesquisa do Veleiro ECO. Por meio de equipamento desenvolvido em parceria com a Universidade do Vale do Itajaí (Univali), será feita a coleta contínua de amostras, principalmente nas regiões mais afetadas, como as urbanas, para analisar o nível da poluição.
Outro equipamento, projetado pela equipe do ECO, vai medir as propriedades físicas e químicas da água. Todos os protocolos de amostragem realizados a bordo serão compartilhados com as outras embarcações do projeto que tem ainda uma forte vertente de extensão e popularização da ciência.
“Por meio dos eventos de divulgação, previstos para diversas cidades da costa brasileira, temos o objetivo de ampliar o conhecimento da população sobre a importância de um modo de vida sustentável para preservar a saúde dos oceanos e de todos os seres vivos que dependem dele, incluindo os seres humanos”, ressalta o coordenador do Veleiro ECO, professor Orestes Alarcon.
Após os eventos do AtlantECO, a equipe dará continuidade à pesquisa científica com ênfase nos principais rios brasileiros e sua influência no Atlântico.
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