Como a COP 26, o Great Reset, e a Instabilidade política no Cenário Econômico Brasileiro afetarão a economia e a posição sócio econômica dos brasileiros?

COP 26 (Conferência dos Partidos) , o Great Reset (O Grande Recomeço), e a Instabilidade política

Por: Fernanda Bu-Harb – Desenvolvedora de Negócios BAB

A mudança climática é na verdade uma agenda que precisa mais do que ser discutida, embora muitos de nós sempre tenhamos ouvido falar sobre o assunto atualmente, um tema que precisa ganhar prioridade nas mesas de vários setores. Afinal, os efeitos devastadores das mudanças climáticas afetam todos os países, dos ricos aos mais pobres, e a COP 26 vem com esta pauta, que acontecerá de 31 de outubro a 12 de novembro de 2021 no Reino Unido.

A COP 26, reunirá diversos países para acelerar e exigir ações de redução das emissões de carbono até 2030, proposta já levantada no Acordo de Paris, onde os investidores se comprometeram a se engajar como empresas nos trabalhos necessários para manter o aumento da temperatura global em 1,5 graus Celsius. E para cumprir essas metas, os países precisarão de:

  1. acelerar o descarte de carvão
  2. reduzir o desmatamento
  3. acelere a mudança para veículos elétricos
  4. encorajar o investimento em energia renovável.

Embora a COP 26 tenha sido um encontro anunciado há muito tempo, e que vem recebendo o destaque que merece. É imprescindível observarmos que a COP 26 também estará cumprindo a agenda do Great Reset ou Grande Reinicialização, que teve uma das pautas mais importantes do Forum Econômico Mundial e bem significativas para a sociedade como um todo. Realizado em 24 de setembro de 2020, e com um discurso totalmente voltada para os grandes investidores mundiais (global stakeholders) Douglas Kruger (Presidente Executivo do Forum Econômico Mundial), chamou atenção pelo seu discurso e tamanha generosidade em uma sociedade capitalista. Utilizando da crise mundial gerada pela pandemia e abraçando a menina dos olhos do mundo que é o argumento das mudanças climáticas, o discurso de Kruger chamou a atenção e causou preocupação para os investidores de médio porte, empresas consideradas médias o que consequentemente também afetará toda a sociedade. Abaixo explico o porque e ligaremos os pontos que nos levará aimportância da COP 26.

Em 2020 o Sr. Douglas Kruger em seu discurso no Fórum Econômico Mundial, em favor de uma sociedade mais justa, anuncia que a mágica vai acontecer, ele diz: “You will own nothing, and You will be happy” , que traduzindo seria:“ Você não terá nada, mas será feliz ”.

Então, em 2021, o Sr. Antônio Gutterres (Secretário das Nações Unidas), declara que o mundo depende da biodiversidade brasileira em plena Assembleia Geral das Nações Unidas.

Falas muito importantes para o cenário econômico e futuro do mundo e principalmente para o cenário brasileiro. O Great Reset traz mudanças econômicas para o cidadão comum e principalmente para a classe média. Propor uma sociedade mais justa e um mundo mais sustentável, enfatizando uma vida mais digna para cada indivíduo, após uma crise mundial, soa como a resposta a todos os anseios sociais e econômicos. Porém, o que isto tem de novo?

Talvez para a geração cristal traz esperança de uma justiça conquistada. No entando, para a geração X, somente o Império Romano com uma nova roupagem. Explico, assim como na época do Império Romano, onde tudo era fornecido pelo governo, a sociedade ou melhor o cidadão comum não possuía Nada, especialmente o direito à terra, à ascensão social, a decisões importantes para melhora da sociedade. Este poder era detido por poucas pessoas, que hoje poderíamos chamar do Grande Empresariado. Não estou falando daqueles que se consideram Grandes, mas o que de fato os são. Grande parte da população na Roma antiga, trabalhava, produzia e devolvia seu dinheiro ao próprio Império, ou seja, “escravos livres”. Se você acha que já estamos vivenciando isto, você não tem idéia de como esta situação pode piorar e com um agravante, a classe média e o pequeno empresariado e médios investidores minados, fálidos.

A pandemia e esta crise mundial, juntamente com o Great Reset, nos lembra a famosa estória sobre Stalin, que estava em uma de suas reuniões quando pediu que lhe trouxessem uma galinha. Em seguida, ele começou a depená-la. Depois que terminou de tirar todas as penas do animal, ele a soltou e ofereceu farelos. A galinha, mesmo sangrando, foi atrás dele. E assim é a promessa do Great Reset. Tirar tudo para governar, pois quando não temos nada, o pouco é de grande valia. Embora não haja registro histórico sobre esta fala de Stalin, ela serve muito bem neste momento de crise que estamos enfrentando.

Contudo, é um fato que o discurso e as diretrizes que a COP26 sustenta são verdadeiros, sérios e urgentes, porém este ano ele vem acompanhado do Great Reset, que poderíamos chamar de a volta do Império Romano com uma nova roupagem, com promessas de um mundo mais sustentável e mais justo, a mesma proposta e discurso apresentados por Roma no passado aos seus cidadãos, onde o Imperio controlava a sociedade, adoçavam e acalmavam os espíritos da sua população, atendendo as suas necessidades imediatas, dando acesso ao proletariado (hoje classe média) as condições mínimas para sobreviver. Exatamente como Douglas Kruger disse em seu discurso “Você não terá nada, mas vai ficar feliz), a pergunta que permanece é: Será?!

Importante nos atentar neste cenário de mudança, mesmo com apelos irrefutáveis que a COP 26 está trazendo, que Brasil é o primeiro do mundo em biodiversidade. Para ficar mais claro para o leitor, irei reformular essa frase: O Brasil é o primeiro do mundo em riquezas e variedades naturais (plantas, plantas medicinais, animais, microrganismos que abastecem nossos alimentos,  matéria-prima industrial, em número de rios,  volume de água e principalmente a posição estratégica do Brasil para a produção de energia limpa, sendo um dos países com mais horas de luz).

Sabendo tudo o que foi relatado acima, poderíamos até ficar felizes si a população fosse a maior beneficiada (já que supostamente seríamos a bola da vez), incluindo os pequenos e médios empresários. Porém, sabemos que Não! Pois o Brasil, em alguns setores como o de energia por exemplo, ainda está engatinhando e resiste à inclusão de investidores de médio porte ( os fatos recentes relacionados à crise energética no Brasil, comprovam ainda um auto nível de protecionismo no mercado brasileiro), assim como o Agro Brasileiro que vem ganhando cada vez mais investidores estrangeiros e com direitos de exploração de algumas áreas, pertencendo cada vez menos aos Brasileiros o direito de explorar e investir em suas próprias terras. 

Convido você leitor a refletir sobre o impacto que o Great Reset terá em países onde há uma evidente instabilidade política e social como o Brasil, um projeto que coloca em risco a autonomia e a governabilidade sobre a própria riqueza natural. Como já dizia Napoleão e Stalin: ” uma nação dividiva  é uma nação vulnerável”, exatamente o cenário político brasileiro nos últimos anos. A nós nos resta acompanhar os próximos passos da COP 26, e quais serão as propostas a serem apresentadas., sabendo que neste caso, nem tudo que reluzirá será ouro.

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