Secretaria de Cultura conclui ciclo de visitas a patrimônios materiais de Teresópolis

Dando continuidade ao projeto de pesquisa e catalogação dos patrimônios materiais e imateriais de Teresópolis, a equipe da Secretaria de Cultura visitou as fazendas Vista Alegre e Alpina, no interior, e ainda o Colégio Estadual Hygino da Silveira, na Várzea, encerrando assim mais um ciclo de estudo e avaliação. O trabalho, que já é rotina da Secretaria de Cultura, através do Serviço de Patrimônio Histórico do município, visa acompanhar o estado de conservação dos bens já cadastrados e avaliar novas possibilidades de tombamentos, garantindo assim a preservação de diversos espaços que contam a história da cidade.

Segundo a secretária de Cultura, Cléo Jordão, o trabalho já tinha sido iniciado em 2020 e agora está sendo intensificado. “Até então, realizávamos a pesquisa dos bens já tombados, seja por decretos municipais ou estaduais, e ainda a pesquisa de bens de interesse histórico, promovendo visitas esporádicas. Este ano, decidimos ampliar este trabalho e as visitas passaram a ser periódicas, feitas a cada dois meses. A ideia é ampliarmos nosso acervo, conhecendo cada vez mais a nossa própria história, oferecendo assim um rico roteiro cultural para teresopolitanos e turistas”, avalia.      

As visitas são realizadas pela equipe do Serviço de Patrimônio Histórico da Secretaria de Cultura, liderada pelo diretor da Casa da Memória Arthur Dalmasso, Rafael Corrêa. “Em cada local já cadastrado, seja tombado ou não, avaliamos todo o estado de conservação. Além disso, visitamos novos espaços a cada bimestre, analisando a história daquele local, a arquitetura, os personagens que viveram ali, etc, avaliando assim as possibilidades de tombamento. Nossa equipe é sempre muito bem recebida e, a cada ciclo, descobre novos espaços e histórias”, explica.

Construções históricas

Para se ter uma ideia, no último bimestre foram visitados os seguintes locais: Fonte Judith; Mirante da Granja Guarani; Mirante da Pousada Terê Parque – que é igual ao da Granja Guarani; Beneficência Portuguesa, que tem tombados seus azulejos portugueses com os brasões de todas as colônias portuguesas; a residência de Manoel Lebrão, conhecida como Castelinho da Paná; o pontilhão da Rua São Francisco, a Ponte Sloper e o Túnel da Beira Linha, que formam os últimos vestígios da antiga Estrada de Ferro Therezopolis; e o Golf Club. “Poucos sabem, mas o gramado do Golf foi plantado por George March. O clube tem entre os seus sócios fundadores Carlos e Arnaldo Guinle, e existem registros do presidente Getúlio Vargas jogando golfe naquele espaço. São informações valiosas e deixam claro o valor histórico do local”, completa Rafael.

Também foram visitados neste período a Fazenda Alpina, no 2º distrito, que dá nome à localidade e é a fazenda mais antiga do município, datada de 1867, com características do Brasil Colônia; a Capela de Santa Rita – a mais antiga igreja do município, construída em 1820; e a Toca da Cigarra ou Casa dos Sete Cedros, localizada no Parque Imbuí, que foi moradia do Coronel Claussen, primeiro governante de Teresópolis, sendo adquirida depois pelo famoso poeta Olegário Mariano, que ali escreveu parte de sua obra.

Outros locais visitados foram a Igreja Nossa Senhora da Conceição e o Sobrado José Francisco Lippi, em Venda Nova, por toda a arquitetura e história; e ainda a Fazenda Vista Alegre, localizada nos Frades, que também é do período colonial e preserva suas características e dependências, possuindo até uma senzala.

Também compõem o patrimônio material do município e integram o ciclo de visitas os seguintes espaços: Casa de Cultura Adolpho Bloch; Casa da Memória Arthur Dalmasso; Escola Ginda Bloch, obra do renomado Oscar Niemayer; Higino Country Club; Capela do Colégio São Paulo; Centro Cultural Feso Pro Arte; Matriz de Santo Antônio; Colégio Estadual Euclydes da Cunha; Várzea Palace Hotel; Taberna Alpina; fachadas da Padaria Império e da Avenida J.J. Araújo Regadas; Palacete Granado (sede do Sesc); Colégio Estadual Hygino da Silveira; Castelo Montebelo; Palácio Teresa Cristina (sede da Prefeitura); Hotel Residência; e, é claro, as ruínas remanescentes da Casa da Irmãs Perry, que também é um bem tombado.

“Muitos destes bens já são bastante conhecidos do público; outros nem tanto. E há tantas histórias a serem contadas… Todo este patrimônio precisa e merece ser preservado, como também visitado, oferecendo conhecimento às futuras gerações. Além de zelar pela boa conservação de todas as construções, nosso intuito é incentivar cada vez mais a visitação pública, criando um roteiro cultural incrível, que pode movimentar toda a economia da cidade”, conclui a secretária Cléo Jordão.

Atualmente, Teresópolis conta com 33 bens materiais tombados, além de 10 bens imateriais, entre eles, o Grêmio Musical Paquequer, o projeto Música na Matriz, as Folias de Reis Estrela Guia e Estrela Marte do Oriente e ainda o Hóquei sobre Patins.

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