Cirurgião Oncológico alerta para a importância de acompanhamento médico e exames na pandemia

Foto: Pixabay

Segundo Guilherme Ravanini, muitos pacientes deixaram de fazer check-ups nesse período pelo receio de contágio de Covid-19, o que pode acarretar em atraso de diagnóstico de doenças e menor chance de cura

Depois de mais um ano do início da pandemia de covid-19 no Brasil, a área médica alerta para outra questão preocupante relacionada à saúde da população: o atraso de diagnósticos de doenças, como o câncer, e a interferência nas chances de sucesso de tratamento de pacientes. Cirurgião oncológico eprofessor assistente do Departamento de Cirurgia Geral e Especializada da Unirio, Guilherme Ravanini explica que muitas pessoas deixaram de fazer exames de rastreamento importantes nesse período, por conta do receio de contágio pelo novo coronavírus.

“Alguns levantamentos já mostram que o número de novos casos de câncer no Brasil diminuiu de 20 a 40% em vários estados, mas isso não reflete uma realidade. Na verdade, estamos fazendo menos diagnósticos e vamos receber esses pacientes em estágios mais avançados, tornando o tratamento muito mais difícil e a chance de cura menor. Com o envelhecimento da população, a tendência é que a incidência do câncer no mundo aumente”, pontua ele.

Entre os grupos de pacientes que precisam ter maior atenção para a realização de exames, Ravanini destaca mulheres acima dos 40 anos, que devem fazer uma mamografia ou, em alguns casos, ressonância nuclear magnética das mamas; homens, a partir dos 50 anos, que devem fazer a avaliação de próstata; mulheres, ao iniciar atividade sexual, devem fazer um preventivo, na busca de possíveis alterações do colo de útero; e para homens e mulheres a partir dos 45 anos, exames para câncer de cólon.

“A pandemia ainda está por aqui, provavelmente deve durar por algum tempo, pois, mesmo com a vacinação, há risco de infecção pela doença. Sendo assim, devemos manter as medidas de precaução para evitar o contágio e a disseminação da covid-19. Mas pacientes com idade ou indicação de exames de rastreamento para doença oncológica, e pacientes que tiverem sintomas ou sinais, conversem com seu médico, seja por telemedicina ou em consulta presencial, para que se encontre a melhor alternativa e a possibilidade de se fazer um diagnóstico precoce”, pondera.   

O especialista assinala alguns sintomas que devem ser investigados. “São situações muitas vezes inespecíficas, mas que merecem cuidado. Por exemplo, perda de peso de maneira inexplicável; aumento do volume abdominal; presença de nódulos pelo corpo, principalmente na região axilar e nas mamas; alterações intestinais, como diarreia, presença de muco ou sangue nas fezes; alterações menstruais, quando mulheres têm aumento do fluxo ou voltam a menstruar após a menopausa; e alterações da digestão, como dificuldade de ingerir o alimento. São sinais que podem indicar a presença de uma doença maligna e merecem um tratamento, pelo menos uma investigação.  O diagnóstico precoce é a maior chance de tratar uma doença, principalmente o câncer”, afirma Ravanini.

Conheça Guilherme Ravanini

Cirurgião Oncológico com ênfase em cirurgia minimamente invasiva (Robótica e Laparoscopia), Guilherme Ravanini é formado em Medicina pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (Unirio). Ravanini tem Residência em Cirurgia Geral e Videolaparoscopia também pela Unirio, e Residência em Cirurgia Oncológica pelo Instituto Nacional do Câncer (INCA).

Com mestrado no Hospital Universitário Gaffrée e Guinle (HUGG), o médico atua, ainda, desde 2016, como professor assistente do Departamento de Cirurgia Geral e Especializada da Unirio. Em seu perfil no Instagram @gravanini, o doutor compartilha informações relevantes sobre temas como covid-19,câncer e tratamentos, cirurgias minimamente invasivas, entre outros.

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