Por: Dra. Paola Alexandria Magalhães / PhD em Ciências Programa Pós-graduação Enfermagem em Saúde Pública – USP
Fala-se tanto da importância do aleitamento materno, mas isso tem um porquê! O Leite materno pode prevenir doenças como pneumonia, infecções, obesidade, diabetes e até mesmo o câncer na infância. Ele possui cerca de 250 componentes que são essenciais para o crescimento e desenvolvimento do bebê.
Ao ser amamentado nos primeiros meses de vida, o bebê recebe anticorpos e isso pode prevenir algumas doenças. Além disso, amamentar significa trazer ao bebê aconchego e acolhimento, deixando-o mais seguro.
A mãe também se beneficia da amamentação. Amamentar diminui o risco de desenvolver câncer de mama e ajudam a diminuir o sangramento pós-parto. Além disso, amamentar pode tranquilizar a mãe, e manter-se tranquila faz com que o processo de amamentação e produção de leite materno sejam calmos e prazerosos.
Será que o estresse, então, pode diminuir a produção do leite materno?
Podem existir sim fatores físicos e emocionais que impeçam o funcionamento adequado dos hormônios femininos e isso pode interferir na amamentação e produção de leite. Amamentar é uma benção, mas esse processo pode ser exaustivo e dificultoso. O estresse e a ansiedade das mães são as principais inimigas de uma amamentação bem sucedida.
O hormônio responsável pela produção de leite é a prolactina e a ocitocina. E para que o leite “desça” é necessário que haja a sucção do bebê, pois por meio da sucção as terminações nervosas do mamilo são ativadas e esses sinais chegam até o cérebro da mãe, enviando uma mensagem para que mais leite seja produzido.
Dessa forma, quando há alguma situação de estresse que a mãe esteja enfrentando, isso pode sim interferir na sua produção de leite, visto que os hormônios do estresse podem ser capazes de inibir a forma como agem a prolactina e a ocitocina.
Normalmente, dificuldade durante a amamentação, preocupação com o lar, com os outros filhos, além de estresse no trabalho e depressão podem ser fatores que desencadeiam a inibição da produção do leite materno. Além disso, isso tudo pode provocar um ciclo vicioso: o bebê tenta se alimentar, mas não há quantidade de leite suficiente, devido à baixa produção desencadeada pelo estresse, o bebê chora, a mãe se desespera e o estresse acaba se exacerbando, o que pode vir a desencadear desmame precoce por achar que seu leite é fraco.
Cabe ressaltar que nenhum leite materno é fraco! Todo leite materno é o suficiente para o bebê até os 6 meses, pois tem a quantidade adequada de nutrientes e anticorpos. O que pode acontecer é a diminuição da produção deste leite.
Por isso as mamãe de plantão precisam estar atentas ao que pode lhes causar ou estão lhes causando estresse. A paciência e a tranquilidade são essenciais para o processo de aleitamento materno.
Dessa forma, o estado emocional da mãe é importante para que ela consiga amamentar o tempo necessário e tenha produção de leite satisfatória.
Algumas dicas para esse processo são: escolha um local calmo para amamentar, não tenha pressa e respeite o tempo do seu bebê, peça ajuda de profissionais caso esteja enfrentando alguma dificuldade durante a amamentação, descanse e beba bastante água.
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