A partir de agora, os Gonçalenses terão um novo espaço para contemplar e se reconectar com a natureza. O prefeito José Luiz Nanci inaugurou, a Sala Verde Dora Negreiros e o Mirante de Contemplação Professor Elmo da Silva Amador. Os dois equipamentos ficam localizados no complexo do Centro de Tradições Nordestinas – Severo Embaixador Nordestino, em Neves.

A cerimônia foi realizada de forma simbólica, devido à pandemia do novo Coronavírus (Covid-19), e contou com a presença de autoridades municipais e pessoas ligadas a área ambiental. Para o prefeito, a transformação do local em um espaço de conscientização ambiental é um passo que deve ser seguido nos próximos anos.

“Conseguimos recuperar um espaço que antes era utilizado para despejo irregular de lixo. Agora, vamos entregar para a população uma Sala Verde, um Mirante de Contemplação da Baía de Guanabara, além de 267 mudas de árvores nativas de Mata Atlântica que foram plantadas neste local”, explica o prefeito José Luiz Nanci.

A Sala Verde tem como objetivo compartilhar informações ambientais aos cidadãos sobre os principais indicadores de qualidade ambiental, características territoriais e ecossistêmicas georreferenciadas da cidade e da Baía de Guanabara. Já o Mirante é um espaço voltado para incentivar a conexão do indivíduo com a natureza, garantindo visão privilegiada para o pôr do sol da Baía.

“A Sala Verde é um projeto que tem parceria do Ministério do Meio Ambiente, que disponibilizará informações e publicações de documentos de cunho ambiental produzidos pelo Ministério e seus colaboradores”, informa o secretário municipal de Meio Ambiente, Thiago Pereira.
O evento de inauguração ainda contou com a participação do assessor de sustentabilidade do Museu do Amanhã, o jornalista Emanuel Alencar, que autografou seu livro “Baía de Guanabara: Descaso e Resistência”. Emanuel elogiou a iniciativa da Prefeitura em valorizar a questão ambiental.

“É um prazer homenagear dois grandes ambientalistas brasileiros neste dia. Eu amo a Baía de Guanabara e venho me dedicando ao jornalismo ambiental há bastante tempo. Entendo que uma iniciativa como essa é algo absolutamente fundamental para trazermos a juventude para o nosso lado e discutirmos os aspectos bons da educação ambiental, sempre lutando por uma Baía melhor”, ressalta.

De acordo com o subsecretário de Meio Ambiente, Glaucio Teixeira Brandão, a ideia do Mirante e da Sala Verde é fazer com que o gonçalense olhe para suas origens, reconectando-se com a natureza e com a Baía de Guanabara, redescobrindo a história da cidade.

“As pessoas vão ter acesso a informações sobre saneamento, água, cobertura vegetal, dentre outros assuntos. Queremos que o gonçalense valorize o meio ambiente da cidade e tenha um espaço onde possa admirar as belezas naturais que aqui se encontram”, completa.
O Centro de Tradições Nordestinas – Severo Embaixador Nordestino fica localizado na Rua José Augusto Pereira dos Santos, s/nº (próximo ao Detran), Neves.

HomenageadosDora Hees de Negreiros (1934-2016) – Dora era engenheira química, trabalhou na Fundação Estadual de Engenharia do Meio Ambiente (Feema), onde foi diretora. Na década de 80, participou ativamente do movimento que culminou na criação da Área de Proteção Ambiental de Guapimirim e foi fundadora e presidente do Instituto Baía de Guanabara (IBG).
Após tanto tempo atuando na área governamental ou liderando o IBG, Dora deixou um grande legado para a causa. Tinha a visão que a recuperação da Baía de Guanabara não seria alcançada pela ação exclusivamente governamental, mas viria acima de tudo como uma conquista cidadã.

Elmo da Silva Amador (1943-2010) – Geógrafo, mestre e doutor em ciências pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e especialista em geologia marinha pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Elmo se aposentou como professor do Instituto de Geociências – UFRJ e atuou na graduação e pós-graduação dos cursos de geografia e geologia.

Militante declarado em defesa da Baía de Guanabara e de seus mangues, professor Elmo participou ativamente da criação da APA de Guapimirim e inclusão da Baía de Guanabara na Constituição Estadual como Área de Preservação Permanente e de Relevante Interesse Ecológico.